O presidente chinês, Xi Jinping, deixou Pequim nesta quarta-feira (13) para uma visita à América Latina de 14 a 21 de novembro que marca o 10º aniversário da proposta de construir uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a América Latina e Caribe (ALC).
A primeira parada de Xi será em Lima, no Peru, onde participa da 31ª Reunião de Líderes Econômicos do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), no próximo sábado (16) e faz uma visita de Estado a convite da presidenta Dina Boluarte.
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No dia 17, Xi desembarca no Rio de Janeiro (RJ) para a 19ª Cúpula do G20, no Brasil e, no dia 20, segue para Brasília para uma visita de Estado a convite do presidente Lula.
Na capital brasileira, o líder chinês será recebido no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República, no dia 20 de novembro. Xi ficará no Brasil até 21 de novembro e participará das celebrações dos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
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A visita de Xi ao Brasil também incluirá a assinatura de uma série de acordos bilaterais em áreas estratégicas. Nos últimos meses, um grupo de trabalho integrado pela Casa Civil, Itamaraty, Ministério da Fazenda e Embaixada da China, entre outras pastas brasileiras, vem definindo as áreas prioritárias para a cooperação, como inteligência artificial, infraestrutura e transição energética.
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A comitiva de Xi inclui Cai Qi, membro do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e diretor do Gabinete Geral do Comitê Central do PCCh, e Wang Yi, membro do Birô Político do Comitê Central do PCCh e ministro das Relações Exteriores.
Estreitar laços com países latinos e caribenhos
Essa será a sexta visita de Xi à ALC desde 2013, o que reflete o fortalecimento contínuo da cooperação entre a China e os países da região.
Durante coletiva de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da China nesta terça-feira (12), o porta-voz Lin Jian ressaltou que, ao longo da última década, a visão de Xi foi transformada em ações concretas que beneficiaram os povos da China e latinos e caribenhos, o que resultou em colaborações de destaque em diversas áreas.
Segundo Lin, as parcerias sino-latino-americanas-caribenhas foram expandidas dos setores tradicionais, como comércio e infraestrutura, para áreas emergentes, incluindo energia, economia digital e aeroespacial.
O porta-voz destacou que China e ALC têm fortalecido suas estratégias de desenvolvimento e impulsionado cooperações em diversas áreas, promovendo um modelo de governança global mais justo.
"A relação é marcada pelo compromisso com o multilateralismo e pela busca por soluções colaborativas. Em uma ação conjunta, China e Brasil emitiram seis entendimentos comuns para a resolução da crise na Ucrânia e lançaram o Grupo de Amigos pela Paz na crise ucraniana, em conjunto com outras nações do Sul Global, promovendo esforços para reduzir tensões", observou.
Uma década de estreitamento de laços
Nessa última década, a China se consolidou como o segundo maior parceiro comercial da região e o principal parceiro de vários países, firmando acordos de livre comércio com cinco nações: Chile (2005), Peru (2009), Costa Rica (2011), Panamá (2018) e Equador (2023).
O país asiático também promove a cooperação da Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), a Nova Rota da Seda, com 22 países da ALC: Argentina, Antígua e Barbuda, Barbados, Bahamas, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Granada, Guiana, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
Esses países firmaram acordos para participar da ICR com foco em cooperação em infraestrutura, comércio, investimento e desenvolvimento sustentável, com o objetivo de fortalecer as relações econômicas e impulsionar projetos de infraestrutura com financiamento e assistência técnica da China.
Esses acordos refletem o crescente interesse da China em fortalecer suas relações comerciais com a região, facilitando o fluxo de bens e serviços e aumentando a presença econômica chinesa na região.
As rotas aéreas entre China e ALC tornaram-se uma “Rota da Seda Aérea”, enquanto a China oferece programas de capacitação, envia especialistas médicos e agrícolas e promove iniciativas de subsistência que estimulam o desenvolvimento local, como o cultivo de bambu e junco.
Ampliação de parcerias comerciais
A China é importante parceiro comercial de vários países da ALC, entre eles o Brasil, de quem é o principal parceiro. Essas parcerias refletem o aumento da presença chinesa na região, principalmente em setores como mineração, agricultura e infraestrutura.
De vários países a China ocupa a posição de segundo maior parceiro comercial, o que indica sua importância crescente, embora, em alguns casos, ainda esteja atrás dos Estados Unidos ou de países vizinhos devido a acordos regionais de comércio.
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No plano diplomático, a China e o Brasil emitiram conjuntamente seis entendimentos comuns para a resolução da crise na Ucrânia e lançaram o Grupo de Amigos pela Paz junto com outros países do Sul Global, enfatizando o compromisso de ambos os lados com o multilateralismo e a governança global mais justa.
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