O genocídio sionista contra palestinos perdura por mais de um ano e já causou a morte de mais de 40 mil pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças. O grande financiador dessa matança de civis são os Estados Unidos. Apenas em setembro, Washington forneceu 8,7 bilhões de dólares a Israel.
Por outro lado, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a indivíduos e entidades de países por financiar o Hamas em 7 de outubro.
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Em coletiva regular de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da China desta quarta-feira (9), a porta-voz Mao Ning deu uma alfinetada nos EUA sobre a participação do país na situação de violência na Faixa de Gaza.
Mao destacou que a comunidade internacional concorda com a necessidade de reduzir as tensões, acabar com a luta e a violência, proteger os civis e evitar uma catástrofe humanitária.
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"Para encerrar esse conflito, precisamos de vontade política e esforços diplomáticos, não de armas, munições e sanções unilaterais. As grandes potências devem desempenhar seu papel, ser objetivas e justas, liderar a observância do direito internacional e fazer esforços positivos para acabar com os combates o mais rápido possível, controlar a situação e evitar o alastramento da crise", afirmou a porta-voz.
EUA inundam Israel com armas
O envio de armas dos EUA para Israel é parte de uma longa parceria estratégica entre os dois países e envolve tanto a venda direta de armamentos quanto a transferência de equipamentos militares.
Um dos principais canais de apoio dos EUA a Israel é o financiamento militar estrangeiro, que inclui cerca de 3,8 bilhões de dólares anuais desde 2016, de acordo com um memorando de entendimento (MOU) vigente até 2028. Esses fundos são utilizados para a compra de armamentos estadunidenses, como sistemas de defesa antimísseis e outras tecnologias avançadas de defesa.
Desde o início dos conflitos de outubro de 2023, houve um aumento significativo nas transferências de armas dos EUA para Israel, com mais de 100 embarques de ajuda militar, que incluíram munições, bombas e sistemas de defesa aérea. Nesse período, os Estados Unidos destinaram cerca de 17,9 bilhões de dólares em ajuda militar a Israel.
Essa quantia inclui financiamentos para a reposição de sistemas de defesa como o Domo de Ferro, vendas de armas e retiradas de estoques militares dos EUA. Adicionalmente, Washington gastou mais 4,86 bilhões de dólares em operações militares na região, com o objetivo de fortalecer suas forças no Oriente Médio e proteger interesses dos EUA e de Israel.
Sanções contra apoiadores do Hamas
Por outro lado, em março de 2024, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções contra indivíduos e entidades envolvidas no financiamento do Hamas após o ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel.
As sanções foram aplicadas em coordenação com o Reino Unido, como parte de um esforço conjunto para cortar as fontes de financiamento do grupo militar de resistência palestina. As ações resultaram no bloqueio de bens e propriedades dos sancionados nos EUA e em proibições de transações envolvendo entidades estadunidenses.
China atua pela paz na Palestina
Já a China critica o uso de sanções e o fornecimento de armas, especialmente por parte dos EUA, como forma de lidar com a situação e argumenta que essas medidas não promovem a paz e apenas prolongam o conflito.
O governo chinês defende um papel mais equilibrado das grandes potências e uma abordagem centrada no respeito ao direito internacional para garantir a paz e estabilidade na região.
A potência asiática tem se posicionado consistentemente a favor da paz e de uma solução diplomática para o conflito entre Palestina e Israel. O governo chinês defende uma solução de dois Estados como o caminho mais adequado para resolver o conflito e a considera o "maior denominador comum da comunidade internacional" e essencial para encerrar a crise.
Pequim enfatiza a necessidade de um cessar-fogo imediato para evitar mais desastres humanitários, especialmente após a morte de milhares de civis em Gaza, e reitera a importância de aliviar as tensões e fornecer ajuda humanitária às áreas afetadas.
O país asiático também pediu que a ONU desempenhe um papel mais ativo e que se convoque uma conferência internacional de paz para traçar uma agenda concreta para a resolução da questão.
Direito de defesa do povo palestino
Um posicionamento de destaque da China foi apresentado no dia 22 de fevereiro deste ano na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia. Para Pequim, o povo palestino tem o direito de recorrer à violência para alcançar a autodeterminação e ressalta a diferença entre a luta armada legítima de atos de terrorismo.
Segundo o embaixador chinês Ma Xinmin, a resistência armada contra a ocupação israelense é respaldada pelo direito internacional. Resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecem a legitimidade da luta por autodeterminação. Ele reforçou a defesa do governo chinês da solução de dois Estados e ressaltou que a ocupação israelense é ilegal ao enfatizar que a potência ocupante não tem o direito de autodefesa nos territórios ocupados.
A China condenou também as violações dos direitos humanos por parte de Israel ao longo da ocupação. O tribunal da CIJ foi instigado pela Assembleia Geral da ONU a se manifestar sobre a ocupação israelense, que se prolonga desde 1967 com a escalada dos ataques no dia 7 de outubro de 2023.
A China se posiciona claramente ao lado da autodeterminação palestina, com base no direito internacional, enquanto outros países, como os EUA, focam na segurança de Israel como um fator condicionante para o fim da ocupação.
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