Um laboratório de pesquisa chinês desenvolveu sua própria versão de uma tecnologia de "ponto de estrangulamento" crítica para a indústria de semicondutores, abrindo caminho para a produção doméstica.
O jornal Science and Technology Daily relatou neste sábado (20) que o instituto de pesquisa Guangzhou-brd Bioland Laboratory construiu o primeiro microscópio eletrônico de transmissão do país, chamado TH-F120.
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A matéria informa que a China agora dominou as "tecnologias centrais" para os microscópios e poderia produzir em massa as máquinas, permitindo ao país "romper" sua completa dependência de importações.
O avanço poderia oferecer um forte apoio a áreas científicas e industriais de ponta, como ciências dos materiais, ciências da vida e semicondutores.
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Isso também refletiu o rápido avanço da China em tecnologias-chave diante da feroz competição internacional e das restrições impostas pelos EUA.
Os microscópios emitem um feixe de elétrons através de uma amostra extremamente fina para gerar uma imagem de alta resolução, uma técnica que é central para o desenvolvimento de novos materiais semicondutores nanoestruturados, de acordo com o AZoNano, um site de notícias de tecnologia.
O relatório do Science and Technology Daily afirmou que, comparado com as versões importadas, o canhão de elétrons de emissão térmica do TH-F120 gerava "emissões mais brilhantes e estáveis". As imagens também eram altamente detalhadas.
Tecnologias-chave para a autossuficiência da China
Em 2018, o jornal, que é afiliado ao Ministério da Ciência e Tecnologia da China, listou os microscópios como uma das 35 tecnologias de "estrangulamento" ou "ponto de estrangulamento" que a China precisava desenvolver.
A urgência em relação à tecnologia nacional aumentou após as sanções dos EUA ao fabricante de equipamentos de telecomunicações ZTE no início daquele ano. Mais sanções foram impostas desde então, restringindo o acesso chinês à tecnologia de semicondutores.
Os principais players globais na tecnologia de microscópios incluem as empresas japonesas JEOL e Hitachi, bem como a empresa americana FEI.
A China gastou 3 bilhões de yuan (US$ 416 milhões) em 2022 para importar 300 desses microscópios, conforme relatado pelo Guangzhou Daily.
Naquele ano, o mercado global para o equipamento foi avaliado em US$ 825 milhões, com projeções de ultrapassar US$ 1 bilhão até 2028, de acordo com um relatório industrial publicado no ano passado.
Nos últimos três anos, a Bioland tem liderado os esforços da China para desenvolver a tecnologia e se tornar o primeiro player chinês no mercado.
Política nacional de ciência e tecnologia
A autossuficiência científica e tecnológica tem sido um dos temas recorrentes nas políticas do presidente chinês, Xi Jinping.
Na última sexta-feira (19), Xi instou a autossuficiência de alto nível em ciência e tecnologia para servir ao desenvolvimento de alta qualidade em instruções entregues durante a cerimônia dos Prêmios Nacionais de Engenharia.
Xi destacou o papel significativo que os engenheiros desempenham na promoção da ciência e tecnologia de engenharia para o benefício da humanidade e a criação do futuro.
O presidente chinês comentou que os indivíduos e equipes homenageados são excelentes representantes e vistos como modelos por todos os engenheiros e técnicos em todo o país.
"Espera-se que os engenheiros e técnicos do país tenham a coragem de fazer avanços em tecnologias centrais em campos-chave, desenvolver projetos de alta qualidade, promover o desenvolvimento de novas forças produtivas e ajudar a China a alcançar grande autossuficiência e força em ciência e tecnologia, e servir ao desenvolvimento de alta qualidade", afirmou Xi.
Oitenta e uma pessoas e 50 equipes receberam os Prêmios Nacionais de Engenharia por suas contribuições excepcionais no campo da tecnologia de engenharia.
Ao longo do último ano, os EUA e seus aliados intensificaram as restrições ao acesso da China a chips avançados e equipamentos relacionados, citando preocupações de segurança nacional.