POLÊMICA

Luigi Mangione vira tema de musical com todos os ingressos esgotados

O rapaz, que assassinou o CEO da UnitedHealthCare, ganhou um movimento de apoio que pede a sua libertação ou pena branda

Luigi Mangione vira tema de musical com todos os ingressos esgotados.Créditos: Reprodução
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Luigi Mangione, preso sob acusação de assassinar o CEO da UnitedHealthCare, se tornou tema de um musical que estreia em junho, em São Francisco, nos Estados Unidos. E mesmo antes da estreia, marcada para o dia 13 de junho, todos os ingressos já estão esgotados.

Intitulado Luigi: O Musical, o espetáculo apresenta uma releitura satírica e surreal do clássico da Broadway Chicago, usando o caso de Mangione como ponto de partida. A trama gira em torno da repercussão do crime e das reações da sociedade, explorando a confiança — ou a falta dela — nas instituições como saúde, tecnologia e indústria do entretenimento.

Diante do sucesso de bilheteria, a produção já anunciou que novas sessões devem ser divulgadas em breve. No entanto, a peça também enfrenta críticas: parte do público acusa o musical de “glamourizar um assassino”.

Após sua prisão, Luigi Mangione passou a ser apoiado por um movimento que se estende por vários países. Nos Estados Unidos, seus defensores pedem uma pena branda ou até mesmo sua libertação, alegando que o ato extremo foi resultado das injustiças que sofreu em seu plano de saúde. Vale lembrar que não há um sistema público de saúde nos EUA.

O caso e a situação de Mangione

Mangione, de 26 anos, é o principal suspeito do assassinato de Brian Thompson e está atualmente detido no Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn. 

Em dezembro, ele se declarou inocente das acusações estaduais de homicídio e terrorismo. Ele também enfrenta acusações federais de assassinato em segundo grau e porte ilegal de armas.

O site criado pela defesa inclui seções com atualizações sobre o caso, declarações da principal advogada de defesa, Karen Friedman Agnifilo, perguntas frequentes, um canal de contato e uma página para arrecadação de fundos.

A seção de contribuições direciona os visitantes para uma campanha de financiamento coletivo no GiveSendGo, criada por apoiadores de Mangione para ajudar a cobrir os custos do processo. Na sexta-feira à noite, as doações ultrapassaram US$ 400 mil.

"Luigi está ciente do fundo e muito agradecido pelo apoio que tem recebido", declarou Agnifilo. "Meu cliente pretende usá-lo para lutar contra as três acusações sem precedentes que enfrenta."

 

Cartas, fotos e restrições na prisão


Mangione tem recebido um grande volume de cartas, fotos e livros enviados por apoiadores. No entanto, sua equipe jurídica pediu que as pessoas interrompam temporariamente o envio de livros, pois ele só pode possuir cinco livros, um álbum de fotos e até 25 imagens ao mesmo tempo.

Os advogados também alertaram que todas as fotos enviadas são revistas pelas autoridades e pediram que os apoiadores não enviem mais de cinco imagens por vez.

A próxima audiência de Mangione está marcada para 21 de fevereiro, em Manhattan. Inicialmente prevista para a parte da manhã, a sessão foi reagendada para o período da tarde.

 

Relembre o caso



Luigi Nicholas Mangione, de 26 anos, é acusado do assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, ocorrido em 4 de dezembro de 2024, em Nova York. Mangione teria emboscado e atirado fatalmente em Thompson em frente ao Hotel Hilton Midtown.

Após uma busca nacional, Mangione foi preso em 9 de dezembro de 2024, em Altoona, Pensilvânia. No momento da prisão, ele portava uma arma de fogo não rastreável ("ghost gun"), uma identidade falsa e um manifesto criticando a indústria de seguros de saúde.

As autoridades o acusaram de assassinato em primeiro grau, assassinato como ato de terrorismo e posse criminosa de arma. O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, descreveu o ataque como "frio e calculado", com a intenção de "semear terror".

Antes do incidente, Mangione, formado pela Universidade da Pensilvânia, sofria de dores crônicas nas costas e havia se afastado de amigos e familiares nos meses anteriores ao crime.

Atualmente, ele está detido no Centro de Detenção Metropolitana no Brooklyn, aguardando julgamento. Se condenado, poderá enfrentar a pena de morte, conforme diretrizes federais recentes.

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