REPERCUSSÃO

Luigi Mangione: Cartazes de "procurado" com CEOs de planos de saúde se espalham em NY

A campanha afirma que os gestores "negam tratamento para pessoas por lucro corporativo"

Luigi Mangione: Cartazes de "procurado" com CEOs de planos de saúde se espalham em NY.Créditos: Reprodução redes sociais
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Quando a história de Luigi Mangione, que assassinou o CEO da United HealthCare, aparentemente motivado por vingança contra o sistema de saúde dos EUA, começou a ganhar adeptos, os principais analistas da imprensa estadunidense expressaram um temor: que outras pessoas se inspirassem na ação do jovem. Parece que eles estavam certos em suas desconfianças.

Nesta sexta-feira (13), a cidade de Nova Iorque amanheceu com uma série de cartazes contendo fotos de CEOs de planos de saúde acompanhadas da palavra "Procurado" (Wanted, em inglês).

Vídeos e fotos que circulam nas redes sociais mostram os cartazes em postes de NY. Em alguns deles, é possível identificar os rostos de Heather Cianfroco, CEO da OptumHealth, e Andrew Witty, CEO da UnitedHealth, além do próprio Brian Thompson.

Os cartazes são acompanhados de críticas aos gestores dos planos de saúde, acusados de "negar tratamento médico por lucro corporativo". Alguns ainda ameaçam: "Os CEOs de planos de saúde não devem se sentir seguros".

"A UnitedHealthcare nega mais pedidos médicos do que qualquer outra companhia de seguro, matando pessoas todos os dias por causa do lucro. Como resultado, Brian Thompson teve seu direito à vida negado. Quem será negado em seguida?", questiona um dos textos espalhados.

A ABC News revelou que a polícia de Nova Iorque alertou que os gestores de planos de saúde "correm risco elevado". Após o assassinato de Thompson, nomes de CEOs e seus respectivos salários foram divulgados nas redes sociais, onde muitos internautas comemoraram a morte do diretor da UnitedHealthcare.

Luigi Mangione: amigos revelam detalhes da vida do suspeito de assassinar CEO
 

Amigos de Luigi Mangione, o jovem de 26 anos acusado de matar Brian Thompson, CEO da seguradora UnitedHealthcare, compartilharam informações que ajudam a compreender os possíveis motivos por trás do crime.

Mangione foi detido na terça-feira perto de Altoona, Pensilvânia, sob acusação de homicídio em segundo grau, além de porte ilegal de armas e falsificação de documentos. A polícia encontrou com ele uma pistola, um silenciador e um “manifesto” de três páginas, conforme reportado pelo The Times.

No texto, Mangione criticava duramente as companhias de seguros, acusando-as de explorar os Estados Unidos em busca de lucros exorbitantes. Ele chegou a descrever executivos como Thompson como “parasitas” que “mereciam morrer”.

Segundo o manifesto apócrifo do Times, uma doença mal diagnosticada na mãe de Mangione teria sido a prerrogativa para o ato, mas novos relatos apontam para uma outra realidade.

Segundo amigos próximos, Mangione enfrentava sérias dificuldades após sofrer um acidente enquanto surfava no Havaí. Ele passou por uma cirurgia nas costas devido à espondilolistese, uma condição em que uma vértebra desliza para frente. Após o procedimento, o jovem ficou acamado e lidava com dores crônicas que o impediram de retomar uma rotina normal.

R. J. Martin, um amigo de Mangione, relatou à CNN que o impacto do acidente foi devastador. “Ele não conseguia fazer tarefas básicas, o que é muito difícil quando você tem vinte e poucos anos”, explicou Martin, que também lembrou debates entre os dois sobre o capitalismo e o sistema de saúde, embora nunca tenha percebido sinais de violência.

A família de Mangione expressou choque e tristeza com a prisão. Em nota divulgada na segunda-feira, declararam: “Estamos devastados e oferecemos nossas orações à família de Brian Thompson. Pedimos que rezem por todos os envolvidos.”

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