Nesta segunda-feira (14), o governo da Argélia deu um prazo de 48 horas para que cerca de uma dúzia de funcionários da embaixada da França deixe o país, em meio a uma nova escalada nas tensões diplomáticas entre as duas nações.
A medida foi revelada pelo ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, que ameaçou retaliar caso a decisão seja mantida.
Te podría interesar
"Peço às autoridades argelinas que revertam essa decisão de expulsão. Caso contrário, não teremos alternativa a não ser responder de forma imediata", afirmou Barrot. Entre os expulsos, estão servidores ligados ao Ministério do Interior da França. Até o momento, o governo argelino não comentou oficialmente a medida.
O impasse ocorre dias após promotores franceses denunciarem três cidadãos argelinos — incluindo um funcionário consular — por suposto envolvimento no sequestro do influenciador Amir Boukhors, ocorrido em abril de 2024, em um subúrbio de Paris.
Te podría interesar
Boukhors, crítico do regime argelino, vive na França desde 2016 e obteve asilo político em 2023. Ele foi libertado no dia seguinte ao suposto sequestro, conforme informou seu advogado.
As autoridades argelinas exigem a extradição do influenciador, contra quem há nove mandados de prisão internacional por acusações que vão de fraude a crimes relacionados ao terrorismo.
O episódio reacende as tensões históricas entre a ex-colônia e sua antiga metrópole, em um momento de crescente desgaste das relações da França com países africanos. Recentemente, Senegal, Niger, Mali, Burkina Faso e Costa do Marfim tomaram medidas no mesmo sentido contra Paris.