O relatório Global Soft Power Index 2025, elaborado pela empresa de consultoria estratégica Brand Finance, com sede em Londres, no Reino Unido, apresentado nesta quinta-feira (20), reuniu 170 mil entrevistados de mais de 100 países para "coletar dados sobre as percepções globais" dos 193 Estados-membros da ONU (Organizações das Nações Unidas).
A percepção global de "soft power" (em tradução livre, “poder brando”) foi indicada de acordo com pontuação que ia de 1 a 100, determinada de acordo com, pelo menos, 55 métricas diferentes. Definido como "a capacidade de uma nação de influenciar preferências e comportamentos de diversos atores na arena internacional" (como outros Estados, corporações, comunidades e públicos) a partir de ferramentas de persuasão, o soft power de uma nação se dá em oposição a métodos coercitivos ou punitivos, como instrumentos de dissuasão e tarifas comerciais — é a capacidade de exercer influência por fatores culturais, ideológicos e não-violentos.
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Os países foram classificados e ordenados do mais influente (1° lugar) ao menos influente (193° lugar), de acordo com os critérios de familiaridade (como a nação é lembrada pelo público), influência na arena global, reputação e a percepção social daqueles considerados os oito pilares do soft power: comércio; relações internacionais; educação e ciência; cultura e tradição; governança; comunicação e mídia; futuro sustentável e valores e pessoas.
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De acordo com o novo relatório da Brand Finance, o Brasil manteve sua posição no 31° lugar do ranking, com pontuação de 48,8 de 100 — o país ocupa essa posição desde 2022. Suas áreas de destaque foram o esporte, especialmente o futebol, e a percepção internacional de uma cultura acolhedora e divertida.
Até 2024, o Brasil havia avançado 10 pontos nos critérios de seu soft power, com uma média superior alcançada em "governança" e "mídia e comunicação". Os desafios foram identificados, no relatório do ano passado, nas métricas de educação e ciência, em que o Brasil ocupava o 58° lugar; de relações internacionais, em que sua posição era a 38ª; e em negócios e comércios, em que foi classificado no 41° lugar.
Já o Reino Unido, considerado o segundo lugar na lista do ano passado, abaixo apenas dos EUA (que manteve sua posição em 2025), foi ultrapassado pela China, de forma inédita, no ranking deste ano, e passou para o terceiro lugar (à frente do Japão).
A China pontuou 72,8 de 100, demonstrando crescimento em pelo menos seis dos oito pilares estabelecidos. Ela se destaca principalmente por projetos de sustentabilidade e pela expansão crescente do comércio (com a iniciativa Cinturão e Rota), além de marcas nacionais mais fortes. A percepção que se tem da China é de uma nação "segura e bem governada", apontou o David Haigh, presidente da Brand Finance, durante a apresentação do relatório.
O país cuja posição mais cresceu em 2025 foi El Salvador, indica o Global Soft Power Index: foram 35 posições a mais (e um aumento de 3,2 na sua pontuação). O país ocupa, agora, o 82° lugar da lista. Essa melhora se deveu, em grande medida, à redução surpreendente nos seus índices de violência e homicídio. Outrora considerado um dos países mais violentos da América Latina, El Salvador alcançou o pódio da menor taxa de mortes violentas da região latino-americana (apenas 1,9 mortes por 100 mil habitantes).
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Os 10 primeiros países no ranking de soft power global tiveram uma média positiva de mais 0,9 pontos nas categorias analisadas, afirma o relatório; e aqueles com médias mais baixas, alocados nas 10 últimas posições, tiveram um declínio médio de -0,3 pontos.
Confira o top 10:
- Estados Unidos
- China
- Reino Unido
- Japão
- Alemanha
- França
- Canadá
- Suíça
- Itália
- Emirados Árabes Unidos