GENOCÍDIO

VÍDEO: Trump descarta volta de palestinos a Gaza: "Eu seria o dono"

Presidente dos Estados Unidos revelou seus planos para a região; iniciativa é condenada internacionalmente

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.Créditos: Gage Skidmore/Wikimedia Commons
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Donald Trump fez uma nova declaração, nesta segunda-feira (10), sobre seu plano de se apropriar da Faixa de Gaza e expulsar os palestinos da região. O presidente afirmou que, após a reconstrução do território pelos Estados Unidos, os palestinos não teriam direito de retornar a Gaza. 

A declaração foi dada em entrevista ao canal Fox News. Questionado se o povo palestino poderia retornar a Gaza após o plano dos EUA, Trump negou a possibilidade, argumentando que a região passaria a ser como um “empreendimento imobiliário para o futuro” após posse americana. “Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores. Em outras palavras, estou falando em construir um lugar permanente para eles, porque se eles tiverem de voltar agora, levará anos para que possam fazê-lo. Não é habitável", disse.

Trump ainda acrescentou que acha que conseguiria fazer um acordo com a Jordânia e o Egito. "Damos bilhões e bilhões de dólares por ano [para eles]", declarou. 

O plano do presidente dos EUA ao tomar Gaza é construir uma "Riviera do Oriente Médio", expulsando os palestinos de seu território após genocídio promovido por Israel desde o dia 7 de outubro de 2023. O anúncio de Trump foi feito logo após encontro com Benjamin Netanyahu.

"Vamos construir comunidades bonitas e seguras para os 1,9 milhão de pessoas [de Gaza] um pouquinho longe de onde eles estão agora, onde fica todo esse perigo. No meio tempo, seria o dono disso [Gaza]. Pense nisso como um empreendimento imobiliário para o futuro. Seria um pedaço de terra lindo, sem grandes quantias gastas", afirmou Trump.

Trump anuncia que os EUA “tomaram a Faixa de Gaza”

Numa coletiva de imprensa realizada na Casa Branca, em Washington, na terça-feira (4), Trump, que estava ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a Faixa de Gaza agora pertence aos EUA.

O anúncio gerou espanto nos jornalistas de todo o mundo que cobriam o evento. Sem cerimônias e ao arrepio das leis internacionais, o mandatário da maior potência militar do planeta simplesmente revelou que o território palestino foi tomado na mão grande por seu país. Ele prometeu ainda “trabalhar” ao lado do premiê israelense pela “reconstrução” da área.

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Plano de Trump é limpeza étnica

Após o anúncio de Trump, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, se pronunciou afirmando que a iniciativa do presidente dos EUA promove limpeza étnica de palestinos. “Em sua essência, o exercício dos direitos inalienáveis do povo palestino é sobre o direito deles de simplesmente viverem como seres humanos em sua própria terra”, disse. “É vital permanecer fiel à base do direito internacional. É essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica”, completou Guterres.

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Reações de países ao plano de Trump de expulsar palestinos de Gaza

Após o anúncio de Donald Trump de expulsar os palestinos da Faixa de Gaza e tomar a região para os Estados Unidos, diversas potências mundiais se pronunciaram contra o plano do presidente extremista. A ideia foi rapidamente rejeitada e criticada por países da Europa, Ásia e também pelo Brasil. Leia as reações completas nesta reportagem

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