Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (12), a sindicalista e professora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Elenira Vilela comentou sobre a posse do presidente Donald Trump e as expectativas para o futuro global diante da política extremista do republicano.
Para Vilela, a posse de Trump e seu discurso pautado em ataques a minorias e declarações sobre a superioridade dos Estados Unidos, significou um momento de "inflexão da história da humanidade para a assunção de uma postura autoritária no mundo, de perseguições, torturas e um autoritarismo com bases neocoloniais e nazistas". A professora argumenta que esse cenário é resultado da crise do capitalismo.
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"Agora, indisfarçadamente, a burguesia internacional, as grandes multinacionais, as big techs, os grandes latifundiários e os bilionários assumem que vão exercer o poder baseado na perseguição, no autoritarismo e na imposição política de qualquer um que significa um tropeço nos seus interesses", afirma Elenira.
A professora também comparou o discurso de Donald Trump em 2017, quando assumiu seu primeiro mandato como presidente dos EUA, com o discurso proferido nesta segunda-feira (20). Ela destacou uma grande diferença na maneira como Trump aborda o excepcionalismo americano. Em 2017, o presidente afirmou que não iria impor os valores dos Estados Unidos a outros países que priorizassem seus próprios interesses. Agora, porém, adota uma postura radicalmente oposta, defendendo a imposição dos valores estadunidenses ao restante do mundo.
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"Há uma virada do ponto de vista simbólico de um processo que já vinha acontecendo, mas que ganha um marco histórico de: 'nós não vamos mais disfarçar, nós mandamos em vocês, nós atropelaremos, mataremos, torturaremos qualquer interesse que signifique um obstáculo para os nossos interesses", analisa a professora.
Elenira também destaca uma semelhança entre o discurso de Trump em 2017 e o deste ano, ao ressaltar que o presidente novamente afirma que a vida dos americanos melhorará caso adotem uma postura unitária, como ao impedir, por exemplo, a inserção de imigrantes no mercado de trabalho. Além disso, Trump reforça ainda mais a política excepcionalista, algo que a professora avalia como "muito grave" e "extremamente nazista".
"Tem muita repetição da estrutura do que fez Hitler e fizeram outros outros líderes autoritários, cumprindo essa função do capitalismo que é quando está em crise, ele impõe as suas vontades a partir da força, e essa força depois se impõe na forma de uma guerra e de destruição massiva de forças produtivas", afirma a professora.
Confira a entrevista completa com a professora Elenira Vilela no Fórum Onze e Meia abaixo.