Donald Trump ameaçou impor uma tarifa de 10% sobre produtos fabricados na China que chegam aos Estados Unidos já a partir de 1º de fevereiro. Pequim avisa que vai defender com firmeza seus interesses nacionais.
O anúncio de Trump foi feito em seu segundo dia no cargo, na terça-feira (21). Ele ordenou uma investigação sobre o comércio entre Estados Unidos e China sob a justificada de possíveis penalidades com base na acusação de que a potência asiática estaria enviando fentanil para o México e o Canadá.
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"Outros países também são grandes abusadores, não é apenas a China", afirmou Trump durante um evento na Casa Branca.
Durante coletiva regular de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da China em Pequim, a porta-voz Mao Ning destacou que o governo chinês já deixou clara sua posição várias vezes e reiterou:
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“Acreditamos que não há vencedores em uma guerra comercial ou de tarifas, e defendemos firmemente nossos interesses nacionais”.
Recado de Davos
O vice-primeiro-ministro chinês Ding Xuexiang, que representa a potência asiática no Fórum Econômico Mundial (WEF, da sigla em inglês) em Davos, na Suíça, também se posicionou sobre o tema durante seu discurso no evento.
"Com iminentes guerras tarifárias e comerciais, uma constante disputa entre as forças a favor e contra a globalização econômica, e uma intensa rivalidade entre multilateralismo e unilateralismo, a governança global passa por ajustes profundos. A humanidade, mais uma vez, encontra-se em uma encruzilhada crítica, esperando que o sol rompa as nuvens e a névoa para iluminar o caminho à frente", afirmou.
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Ding reforçou que o protecionismo e as guerras comerciais têm impactos negativos não apenas para as partes envolvidas, mas para a economia global como um todo.
Tensão comercial e sinais de diálogo
Apesar do tom firme da resposta chinesa, há sinais de que as duas superpotências buscam evitar uma escalada nas tensões comerciais.
Durante os primeiros dias de seu segundo mandato, Trump demonstrou uma postura cautelosa em relação à China, acenando com a possibilidade de diálogo com o presidente Xi Jinping. Essa abertura foi vista em Pequim como uma oportunidade para potencial cooperação.
A presença de altos representantes chineses na posse de Trump, como Ding Xuexiang, é interpretada como um esforço para manter os canais diplomáticos abertos.
Tudo indica que há disposição para negociações pode evitar o agravamento de uma guerra comercial, o que seria prejudicial tanto para a China quanto para os Estados Unidos.
Impactos globais
O anúncio de Trump gerou preocupação nos mercados internacionais. Tarifas adicionais sobre produtos chineses podem aumentar a volatilidade econômica global e criar barreiras para a recuperação pós-pandemia.
A perspectiva de uma nova rodada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo coloca em risco cadeias de suprimentos globais e pode elevar os custos para consumidores e empresas.
Enquanto os Estados Unidos se preparam para implementar as tarifas, a China permanece vigilante.
Pequim sinalizou que está pronta para tomar medidas de proteção caso seus interesses econômicos sejam ameaçados, mas continua a defender o multilateralismo e a cooperação internacional como caminhos para o crescimento sustentável.
A disputa ilustra os desafios complexos nas relações sino-estadunidenses, que os dois países precisam navegar cuidadosamente para evitar impactos mais amplos na economia global.