MÉXICO

A resposta de Claudia Sheinbaum às provocações de Donald Trump no primeiro dia de governo

Presidenta do país marca posição forte e não cede às bravatas do novo chefe da Casa Branca

Créditos: Governo do México
Escrito en GLOBAL el

A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, reagiu com firmeza às declarações e medidas anunciadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu primeiro dia de retorno à Casa Branca.

Durante sua coletiva diária nesta terça-feira (21), Sheinbaum garantiu que a soberania mexicana será preservada diante das polêmicas propostas do governo americano, que incluem novas políticas migratórias, comerciais e de segurança.

"Que o povo do México tenha a certeza de que sempre vamos defender nossa soberania e nossa independência. Isso é um princípio máximo que a presidenta tem que cumprir", declarou a mandatária.

Trump anunciou um decreto que declara emergência na fronteira sul dos Estados Unidos, retomando uma política implementada em 2019. Entre as medidas está a proibição de que imigrantes permaneçam em solo americano enquanto aguardam a tramitação de seus pedidos de asilo.

"Somos um governo humanitário. Se há pessoas na fronteira, como agora, que faz tanto frio, não vamos deixá-las à intempérie. Buscamos a repatriação aos seus países quando são estrangeiros", explicou Sheinbaum.

Outro ponto controverso foi o decreto de Trump para renomear o Golfo do México como "Golfo da América". A presidenta mexicana minimizou a medida, ressaltando que ela é aplicável apenas à plataforma continental americana. "Para nós e para o mundo inteiro, segue sendo Golfo do México. É importante agir com base no que está escrito", afirmou.

Trump também anunciou que designará os cartéis mexicanos como organizações terroristas estrangeiras, utilizando o “Alien Enemies Act” de 1798 para mobilizar forças federais contra gangues estrangeiras em solo americano. A medida pode abrir precedentes para intervenções militares na fronteira e representa uma provocação ao governo mexicano.

Sheinbaum reafirmou a soberania do México:

"Coordenamo-nos, mas somos um país independente, livre e soberano. Eles podem atuar em seu território, mas aqui seguimos nossas próprias leis."

Por fim, Trump propôs a imposição de tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses, algo que representa uma afronta ao Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC). Sheinbaum destacou que o acordo prevê revisões em 2026, mas enfatizou que quaisquer mudanças unilaterais violariam os termos vigentes.

"Estamos atentos às ameaças, mas continuamos a trabalhar pela prosperidade econômica e pela defesa dos interesses do México no cenário internacional", assegurou.

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