Os presidentes de México e Panamá uniram forças neste fim de semana para rebater as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu a possibilidade de Washington retomar o controle do canal do Panamá.
José Raúl Mulino, presidente do Panamá, afirmou no domingo que "cada metro quadrado do canal do Panamá e sua zona adjacente é do Panamá e continuará sendo". A declaração foi feita em um pronunciamento em vídeo e teve ampla repercussão internacional.
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Nesta segunda-feira (23), a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, expressou solidariedade ao Panamá em uma declaração feita a partir do Palácio Nacional.
Sheinbaum defendeu a soberania panamenha sobre o canal e reiterou apoio ao presidente Mulino.
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“Nossa solidariedade com o presidente do Panamá, que saiu rapidamente para dizer que o canal do Panamá é dos panamenhos, e de fato, o canal do Panamá é dos panamenhos. Nossa solidariedade e apoio ao povo panamenho”, declarou.
As declarações de Trump, feitas através de sua rede social Truth Social, acusam o Panamá de impor “preços exorbitantes” aos navios dos EUA que utilizam o canal. Ele ainda ameaçou exigir a devolução do controle da infraestrutura estratégica aos Estados Unidos, sob o argumento de que “não permitirá que caia em mãos erradas”.
Trump fez referência à história do canal, que foi construído pelos Estados Unidos e transferido ao Panamá em 1999, conforme um tratado assinado em 1977 pelo então presidente Jimmy Carter. As ameaças provocaram reações negativas em diversos países, que consideram a declaração um retrocesso nas relações diplomáticas.
O canal do Panamá é uma infraestrutura essencial para o comércio global, com cerca de 5% do tráfego marítimo mundial passando por ele. A soberania sobre o canal é considerada uma questão de orgulho nacional para o Panamá, que tem investido significativamente em sua manutenção e expansão nos últimos anos.
Enquanto isso, observa-se um crescente apoio à posição do Panamá em manter a soberania sobre o canal, com especialistas alertando sobre os impactos de uma postura mais agressiva dos Estados Unidos na região. O cenário segue em desenvolvimento, enquanto a comunidade internacional acompanha os desdobramentos da polêmica.