BANIMENTO

TikTok sai do ar nos EUA: Apple e Google removem aplicativo

Mais da metade da população americana utiliza plataforma de vídeos e recebeu mensagem de banimento horas antes do domingo

TikTok é banido dos EUA.Créditos: amrothman/Pexels
Escrito en GLOBAL el

O TikTok foi removido de operação nos Estados Unidos em cumprimento a uma legislação da Suprema Corte que exige a suspensão dos serviços da rede social para mais de 170 milhões de usuários no país. "Uma lei que proíbe o TikTok foi promulgada nos EUA. Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto", disse uma mensagem enviada aos usuários da plataforma na madrugada deste sábado (18), horas antes da data oficial de banimento.

Após o aplicativo suspender seus serviços nos EUA, a Apple afirmou que precisou cumprir as leis das jurisdições em que opera. Já o Google não respondeu a solicitações de comentário fora do horário comercial. Ambas as ações ocorreram após a decisão da plataforma de retirar o serviço do ar algumas horas antes.

As empresas americanas responsáveis por hospedar ou distribuir o TikTok nos Estados Unidos devem interromper essas atividades ou enfrentar multas bilionárias. A lei visa garantir a conformidade com as “normas locais de segurança nacional” e “evitar sanções significativas”.

Apesar da lei não mencionar diretamente empresas dos EUA, ela proíbe qualquer "entidade", "mercado", como lojas de aplicativos, ou "serviços de hospedagem na internet" de permitir a distribuição ou atualização do TikTok e de outros produtos da ByteDance. Como resultado, a Apple e a Alphabet, controladora do Google, foram forçadas a retirar o TikTok de suas lojas de aplicativos nos Estados Unidos.

A Corte negou um apelo da ByteDance, a empresa chinesa que controla o TikTok, permitindo a proibição do aplicativo.  Os magistrados endossaram a decisão de primeira instância que declarou constitucional a lei, que estabelece o bloqueio do aplicativo, caso ele não seja vendido até a meia-noite deste domingo (19).

Em abril de 2024, o presidente Joe Biden aprovou uma lei que exigia que a empresa chinesa ByteDance vendesse suas ações para uma empresa americana até esta data.

A decisão reflete a tensão geopolítica entre EUA e China. O argumento dos congressistas estadunidenses era de que o aplicativo e a ByteDance estariam fornecendo dados dos usuários para autoridades chinesas. A empresa negou o acesso às informações e reforçou que o banimento da plataforma vai contra a 1ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão. 

O banimento da plataforma aconteceu antes da posse presidencial de Donald Trump, que pediu aos juízes que a decisão fosse adiada até seu governo, pois buscaria uma "resolução política" para a questão. 

A iminente proibição do TikTok nos Estados Unidos criou um fenômeno curioso: os chamados “refugiados do TikTok”, usuários estadunidenses que estão migrando em massa para plataformas alternativas, como o Xiaohongshu, conhecido como "Little Red Book" (Pequeno Livro Vermelho, em tradução livre).

Lançado em 2013, o Xiaohongshu é uma plataforma chinesa que combina mídia social e comércio eletrônico e permite que os usuários compartilhem experiências, recomendem produtos e interajam em uma comunidade focada em estilo de vida. Com mais de 300 milhões de usuários registrados, a maioria mulheres, o aplicativo se consolidou na China e agora conquista os Estados Unidos, onde acaba de se transformar no aplicativo mais baixado na App Store, reflexo da busca por alternativas ao TikTok.

LEIA MAIS: 'Refugiados do TikTok' invadem a 'China Digital’

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar