Os 10 anos em que Alberto Fujimori governou o Peru não foram marcados pela democracia e pelos direitos humanos. O ditador que regeu o país entre 1990 e 2000 faleceu nesta quarta-feira, 11 de setembro de 2024, meses após sair da prisão e anunciar uma possível tentativa de reeleição para o próximo pleito presidencial.
Fujimori era um sujeito comprovadamente corrupto, ligado aos EUA e com um péssimo histórico de direitos humanos, em especial na sua cruzada anticomunista contra o Sendero Luminoso, organização guerrilheira de orientação maoísta que operava nas selvas peruanas durante a segunda metade do século passado.
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Como todo ditador neofascista latino-americano, seguindo o regime de Videla, Stroessner, Pinochet e dos milicos brasileiros, Fujimori empreendeu uma tentativa de apagamento dos indígenas que habitavam o seu território. E este talvez tenha sido seu maior crime: a esterilização forçada de mulheres campesinas.
Alberto Fujimori implementou uma política secreta de esterilização forçada de mulheres indígenas no Peru como parte de seu programa de "planejamento familiar".
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O programa começou logo em 1990, em parceria entre Fujimori e os militares do país, mas avançou significativamente a partir de 1995.
Naquele período, mais de 270 mil mulheres, predominantemente de áreas rurais pobres, foram esterilizadas sem seu consentimento ou conhecimento total.
O programa é descrito como uma operação de genocídio e limpeza étnica, descrito como o "maior genocídio desde a colonização do Peru", que registra problemas demográficos nestas áreas até os dias de hoje.
A Corte Internal de Justiça (CIJ) declarou que se tratavam de crimes contra a humanidade, e Fujimori nunca chegou a ser condenado pelo crime.