Nesta terça-feira (5), a corte constitucional do Peru ordenou a soltura do ex-presidente do país Alberto Fujimori, de 85 anos de idade.
Fujimori é o único homem da história da humanidade condenado por crimes contra a humanidade no próprio país que governou.
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O assassino governou o país entre 1990 e 2000 e, durante seu dez anos no poder, acumulou crimes contra a humanidade.
Contrariando os pedidos da Corte Interamericana de Direitos Humanos, a corte decidiu libertar o assassino.
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Vale ressaltar que o Peru passa, desde a queda do governo Pedro Castillo, pela ascensão da extrema-direita no país, com repressão intensa aos movimentos sociais, organizações indígenas e partidos de esquerda.
A libertação de Fujimori fortalece sua filha, Keiko Fujimori, segunda colocada nas últimas eleições e cotada como favorita para a próxima eleição no país, marcada para o ano que vem.
Os crimes de Fujimori
O político foi eleito em 1990 com uma agenda neoliberal e de ordem para governar o Peru, que, à época, convivia com guerrilhas de extrema-esquerda, como o Sendero Luminoso.
Seu governo foi marcado por crimes contra a humanidade e por uma lista de intermináveis esquemas de corrupção.
Fujimori ordenou o esquadrão da morte do Grupo Colina a executar o massacre de Barrios Altos, em novembro de 1991, e o massacre de La Cantuta, em julho de 1992, que resultou na morte de 25 pessoas. Ele foi condenado por ambos os crimes.
Ele também teve participação nos sequestros do jornalista peruano Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer. Mas não foi só isso: durante seu governo, mais de 3 mil peruanos foram assassinados em perseguições políticas.
Entre 1996 e 2000, foi implementado um programa de esterilização forçada como parte de uma política de planeamento familiar destinada a reduzir a pobreza no país. Te lembra alguém?
O programa resultou na esterilização de 272.028 pessoas, a maioria das quais eram mulheres indígenas de áreas rurais pobres e boa parte delas sem consenso. O estado peruano foi obrigado a indenizar milhares de mulheres por conta da esterilização forçada.
Além disso, ele também foi condenado por dar mais de 15 milhões de dólares para Vladimiro Montesinos, chefe da inteligência do país, em um escândalo de corrupção que parou o país em 2000.
Em 2009, Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade. Sua liberdade só nos relembra que a história não condena ninguém.