A caótica gestão de Javier Milei na presidência da Argentina vem causando transtornos não apenas para a população local. Desta vez prejudicou um grupo de brasileiros, que ficou “preso”, nesta sexta-feira (30), na área de embarque do Aeroporto Jorge Newbery, na região metropolitana de Buenos Aires.
O motivo: uma greve de aeroviários locais. Desta forma, todos os voos programados para partir deste aeroporto não puderam decolar, incluindo a aeronave que levaria os brasileiros de volta ao país.
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Os trabalhadores responsáveis pelo abastecimento dos aviões e controlam o tráfego aéreo paralisaram atividades no final da manhã para participar de uma assembleia, assim como os servidores que cuidam do departamento de imigração.
Em entrevista ao UOL, a consultora de empresas, Ester Luchini Cunha, e outros passageiros brasileiros relataram que chegaram ao Aeroparque Jorge Newbery no meio da manhã.
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Ester afirmou que o grupo ainda conseguiu fazer o check-in e despachar as bagagens no guichê da Latam.
Porém, depois disso, como os painéis informativos do saguão não davam detalhes sobre o portão de embarque, os brasileiros procuraram funcionários da Latam, que explicaram que o serviço no aeroporto havia sido interrompido pela greve.
Os funcionários da empresa aérea explicaram que pilotos e comissários estavam trabalhando normalmente, mas o pessoal que abastece os aviões e faz controle de tráfego não, assim como a imigração.
“Estamos nos sentindo como o Tom Hanks no filme ‘O Terminal’”, afirmou a consultora de empresas, que embarcaria de Buenos Aires para Guarulhos (SP) em voo da Latam às 10h55.
No longa, Hanks interpreta um cidadão da Europa Oriental que viaja aos EUA quando um golpe de estado derruba o governo de seu país. Ao chegar ao aeroporto em Nova York, fica sabendo que seu passaporte foi cancelado e as fronteiras do seu país foram fechadas. Por isso, ele ficou morando no aeroporto por vários dias.
Voos remarcados e incertezas
Alguns brasileiros, incluindo Ester, conseguiram remarcar o voo para a noite desta sexta (30) e o sábado (31). Mas não existe confirmação de quando, de fato, os aviões vão conseguir decolar.
Segundo informações do jornal argentino La Nación, os atrasos e cancelamentos se devem à greve dos membros da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas e da Associação Argentina de Aeroviários.
Somente a Aerolíneas Argentinas, empresa de aviação estatal, teve cerca de 3 mil passageiros prejudicados pela greve.