O presidente Lula publicou nas redes sociais foto de encontro com Axel Kicilof, governador da província de Buenos Aires e principal opositor ao ultradireitista Javier Milei na Argentina.
O encontro, que não constava na programação oficial do argentino, foi incluído na agenda presidencial e ocorreu nesta terça-feira (13) no Palácio do Planalto.
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"Recebi o governador da província de Buenos Aires, a maior da Argentina, Kicillofo, ao lado do ministro Fernando Haddad. Axel também se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A província de Buenos Aires é a maior e mais industrializada da Argentina", escreveu o presidente na rede X.
A reunião, tratada como "diplomacia sul-americana" também foi registrada em vídeo pelo perfil oficial do governo.
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O objetivo da viagem, conforme o político argentino, é “avançar nas ações de cooperação econômica em termos de investimentos e projetos produtivos” no distrito de Buenos Aires.
Milei e Bolsonaro
Após uma série de bravatas de Javier Milei que causaram ruídos nas relações entre Brasil e Argentina, o Governo Lula chamou Júlio Bitelli, o embaixador brasileiro no país, para uma conversa em julho.
Os ruídos teriam atingido seu ápice na última semana, antes da primeira viagem de Milei ao Brasil, quando o argentino reiterou declarações de campanha em que chamava Lula de “comunista e corrupto”.
Milei viajou a Santa Catarina para participar de uma conferência de extrema direita com a família Bolsonaro.
Alertado pelo Itamaraty, Milei recuou e sequer citou Lula em seu discurso no Brasil, concentrando-se a repetir velhos chavões contra o "socialismo" e fortalecer o discurso vitimista de Bolsonaro.
"Olhem o que aconteceu na Venezuela, olha o que aconteceu na Bolívia quando Evo Morales ganhou pela terceira vez, olhem a perseguição que o nosso amigo Bolsonaro sofre aqui no Brasil, e olhem o que está acontecendo na Bolívia, um falso golpe de estado", afirmou Milei aos fascistas apoiadores de Bolsonaro em Santa Catarina.
Com 57% da população argentina vivendo na pobreza após o desmonte neoliberal na economia argentina, Milei tentou se defender atacando os "socialistas".
"Quero dizer que vamos sair da miséria gostem ou não os socialistas, porque a grande maioria dos argentinos escolheu uma mudança profunda de regime que prometemos na campanha, e nós temos o compromisso de cumprir com a maioria, ainda que os beneficiários desse sistema corrupto, parasitário e empobrecedor movam céus e terras para nos boicotar. Não passarão", afirmou.