A ênfase em dois assuntos no dia final da Convenção Nacional Democrata, em Chicago, demonstra que Kamala Harris conta com o voto feminino para derrotar Donald Trump em novembro.
Durante a noite em que a vice-presidente oficializou sua nomeação como candidata, mães de crianças assassinadas em ataques a escolas deram depoimentos pungentes sobre suas perdas.
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Em seguida, a ex-deputada Gabby Giffords, do Arizona, fez uma surpreendente aparição, em que conseguiu articular um discurso em defesa de Harris.
Em janeiro de 2011, Giffords foi alvo de uma tentativa de assassinato. Ela sobreviveu a um tiro na cabeça, durante um evento em que pretendia levar o Congresso até a esquina de seus eleitores. Seis pessoas foram mortas no ataque.
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Desde então, Giffords se tornou ativista pelo controle da venda de armas.
MEDO DAS MÃES
Kamala Harris, diferentemente de Donald Trump, promete enfrentar o poderoso lobby de armas dos Estados Unidos, a National Rifle Association.
É um tema que influencia fortemente o voto feminino, especialmente das mães de crianças e adolescentes em idade escolar.
Além disso, ao longo da Convenção, a campanha de Kamala Harris enfatizou o direito das mulheres ao controle de seu próprio aparelho reprodutivo.
No discurso desta quinta-feira, 22, Harris voltou a acusar Donald Trump de ter indicado os três juízes da Suprema Corte que ajudaram a reverter a histórica decisão de Roe vs. Wade.
Ela relembrou que o vice de Trump, JD Vance, já defendeu o banimento nacional do aborto.
Harris disse que os republicanos pretendem avançar sobre a fertilização in vitro e controles de natalidade.
Na mais recente pesquisa divulgada pela rede CBS, Kamala tem 56% do voto feminino, contra 44% de Trump. O republicano lidera entre os homens: 54% a 45%.
No mesmo levantamento, Kamala tem 3 pontos de vantagem no voto nacional, mas os dois candidatos estão empatados nos estados-pêndulo.
Trump, no entanto, lidera no segmento que em geral decide as eleições. Por 63% a 37%, os eleitores que enfatizam a importância das questões econômicas favorecem Trump. Entre as mulheres ele também lidera no quesito: 51% a 49%.