O jogo virou. Se após o atentado contra Trump em Butler, na Pensilvânia, muitos acreditavam que a eleição para presidente dos EUA havia sido vencida pelos republicanos, hoje, as chances favorecem a candidata governista, Kamala Harris.
A convenção do Partido Democrata em Chicago que ocorre nesta semana tem sido um espetáculo midiático. Ácidos discursos de Barack e Michelle Obama, falas intensas de figuras como o vice-presidente da chapa Harris, Tim Walz, além da histórica presença de artistas no evento, como Stevie Wonder e Oprah.
A energia da campanha de Harris está em altíssimo nível, com o partido altamente mobilizado em torno de uma vitória contra Donald Trump. A virada nas pesquisas majoritárias - ao nivel nacional - e o crescimento nos estados chave - Pensilvânia, Georgia, Carolina do Norte e Winsconsin - mostram que uma onda azul pode estar chegando a Washington.
Donald Trump tem entado reforçar seu apoio entre a extrema direita com seu parceiro de campanha, Elon Musk, mas, simultaneamente, tem enfrentado problemas para tentar virar a maré para o seu lado. A nova estratégia da campanha Trump é 100% política.
Segundo a CNN, a campanha Trump conseguiu convencer o ex-democrata e candidato de "terceira via" Robert F. Kennedy Jr. a abandonar a corrida.
RFK, como é conhecido, teria aceitado desistir da candidatura e apoiar Trump para entrar como secretário em uma possível gestão de extrema direita. Nos melhores cenários, ele tem cerca 10% dos votos. A aposta da campanha republicana é que seu endosso a Trump pode trazer alguns eleitores nos estados em disputa.
O cenário acirradíssimo que se desenrola nos estados mostra que todo voto vai contar. Mas uma onda azul com alto entusiasmo e grande participação democrata em 5 de novembro pode ser difícil de frear. O apoio marginal que RFK pode levar a Trump pode ser importante, mas será o suficiente para barrar a máquina dos Obamas?