ELEIÇÕES NOS EUA

Após tiro na orelha, Trump anuncia vice na chapa que concorrerá à Casa Branca

Ex-presidente, que pretende voltar ao cargo, fez anúncio oficial nesta segunda (15), data que marca a convenção do Partido Republicano, apenas dois dias após atentado

O ex-presidente Donald Trump ferido na orelha após atentado.Créditos: MSNBC/Reprodução
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O ex-presidente dos EUA Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (15) o nome do vice-presidente de sua chapa que concorrerá à Casa Branca em novembro deste ano. O escolhido pelo bilionário que pretende voltar ao cargo é o senador J.D. Vance, do estado de Ohio. A dupla do Partido Republicano foi oficializada esta tarde durante a convenção da legenda, um megaevento realizado em Milwaukee, no estado de Wisconsin.

O anúncio ocorre apenas dois dias após um grave atentado contra Trump, na tarde de sábado (13), em Butler, na Pensilvânia, no qual um jovem de 20 anos, identificado como Thomas Mathews Crooks abriu fogo com um fuzil AR-15 durante o comício, enquanto o ex-presidente discursava, o atingindo sem gravidade na orelha, mas matando um apoiador que estava na plateia e deixando outros dois feridos graves. O agressor acabou também acabou morrendo, mas em decorrência dos disparos feitos por franco-atiradores do Serviço Secreto dos EUA, que fazem a proteção de presidentes e ex-presidentes do país.

J.D. Vance é visto pelos analistas políticos norte-americanos como uma escolha muito jovem por parte de Trump. Com 39 anos, ele é formado em Direito na Universidade de Yale e tem comportamento e posicionamentos muito conservadores, algo que se alinha perfeitamente ao perfil exigido pelo líder da extrema direita dos EUA, inclusive repetindo as mentiras que o ex-presidente costuma disseminar, como a grotesca versão sobre fraude nas eleições de 2020.

No entanto, nem sempre ele foi assim. Novato demais na política, tendo sido eleito para o senado há apenas um ano, Vance era até pouco tempo atrás um crítico ferrenho de Trump e procurava manter sua militância no Partido Republicano longe das alas mais reacionárias que dominaram a sigla, chamando o movimento trumpista até mesmo de “heroína cultural”. Segundo a imprensa especializada norte-americana, a escolha teria levado em consideração o perfil “arrecadador” do jovem senador, que teria muita facilidade em angariar fundos bilionários para financiamento de campanha.