O mundo parou por conta da tentativa de assassinato contra o ex-presidente e candidato Donald Trump neste sábado (13). Thomas Matthews Crooks, identificado como o atirador, foi assassinado, e ainda não estão claras as motivações do crime político que deve redefinir o ano eleitoral de 2024.
Os EUA são um país marcado pela violência política e esta não foi a primeira vez que um político de alto escalão foi alvo de um atentado. Na verdade, sequer foi a primeira vez que Trump foi alvo de um atentado. Famosos presidentes estadunidenses como Abraham Lincoln e John F. Kennedy também foram vítimas de assassinatos. Relembre todos os casos:
Andrew Jackson (Tentativa)
Em 30 de janeiro de 1835, Richard Lawrence tentou atirar no presidente Jackson fora do Capitólio dos EUA, mas sua arma falhou. Este foi o primeiro grande caso de violência política de lobos solitários nos EUA, com Lawrence sendo declarado insano. As motivações teriam sido baeadas em alucinações, segundo depoimentos e reports da época.
Abraham Lincoln (Assassinado)
Em 14 de abril de 1865, John Wilkes Booth atirou diversas vezes contra o presidente Abraham Lincoln foi baleado no Teatro Ford em Washington. Booth era um defensor da causa escravista e, em seu plano original, a ideia era sequestrar Lincoln para restaurar o direito dos estados e a escravidão no país. A morte se deu quatro dias depois do fim da Guerra Civil nos EUA, e deu fim à vida do histórico presidente dos EUA.
James A. Garfield (Assassinado)
Charles J. Guiteau, um homem muito religoso e isano, acreditava ter sido o único responsável pela eleição do presidente James Garfield. Ele passou anos perseguindo o presidente afirmando que precisava ser Cônsul do país, e foi solenemente ignorado pelo político em diferentes ocasiões. Em julho de 1881, Guiteau cansou de ser ignorado e decidiu assassinar o presidente após quatro meses de sua posse. Ele foi condenado a morte por enforcamento.
William McKinley (Assassinado)
McKinley é um dos presidentes pouco conhecidos da história dos EUA. Ele havia acabado de se reeleger para seu segundo mandato em 1901. Neste ano, ele foi para a pomposa Exposição Panamericana, que tinha presença confirmada do presidente. Lá, ele se encontrou com o anarquista Leon Czolgosz, que o assassinou com dois tiros no abdomen.
As últimas palavras de Czolgosz foram: "Matei o presidente porque ele era inimigo das boas pessoas - dos bons trabalhadores. Não lamento o meu crime. Lamento não ter podido ver o meu pai". Ele foi condenado a morte por eletrocução.
Theodor Roosevelt (tentativa)
Em 14 de outubro de 1912, John Schrank baleou Theodore Roosevelt - vice que assumiu depois da morte de McKinley onze anos antes.
Roosevelt fazia campanha para seu terceiro mandato, quando foi baleado em Milwaukee. Segundo depoimento de Schrank, ele teve visões de que deveria impedir um terceiro mandato de Roosevelt Wisconsin, mas fez um discurso antes de receber atendimento médico. Ele também foi declarado insano e viveu até 1943.
Franklin D. Roosevelt (Tentativa)
Antes do início do governo Delano Roosevelt, em fevereiro de 1933, Giuseppe Zangara atirou em FDR em um evento em Miami. Zangara acabou acertando o prefeito de Chicago na época, o que o levou para a cadeia.
Logo depois de cometer o crime, a imprensa reportou que o filho de italianos disse “Tenho a arma na mão. Mato reis e presidentes primeiro e depois todos os capitalistas". Ele foi eletrocutado.
"Viva l'Italia! Adeus a todos os pobres de todos os lugares!... Aperte o botão! Vá em frente, aperte o botão!", foram suas últimas palavras.
Harry S. Truman (Tentativa)
Oscar Collazo e Griselio Torresola atiraram em Harry Truman na Blair House em Washington, D.C. Eles eram militantes nacionalistas pela independência de Porto Rico e queriam a descolonização dos EUA.
Collazo foi condenado à prisão perpétua. 29 anos depois, em 1979, Jimmy Carter reduziu as penas de Collazo, que viveu até 1994 em sua terra, Porto Rico. Torresola foi assassinado na hora do crime.
John F. Kennedy (Assassinado)
No dia 22 de novembro de 1963, uma das imagens mais fortes da cultura pop foi registrada. Lee Harvey Oswald deu um tiro na cabeça de John F. Kennedy em Dallas, no Texas. Até hoje, este segue sendo um dos crimes mais misteriosos da história política dos EUA.
Gerald Ford (Tentativa)
Doze anos depois, Lynette "Squeaky" Fromme, ex-membra do grupo de Charles Manson, se fantasiou de freira e tentou matar o presidente Gerald Ford, em Sacramento, Califórnia, mas a arma não disparou. Ela foi condenada à prisão perpétua, mas vive em liberdade condicional desde 2009. No mesmo ano, Sara Jane Moore também tentou matar Ford a tiros na cidade de San Francisco, Califórnia, mas errou.
Ronald Reagan (Tentativa)
Em 30 de março de 1981, John Hinckley Jr. atirou contra Ronald Reagan, então presidente, fora do Washington Hilton Hotel em Washington, D.C. Os motivos? Hinckley era insano e queria impressionar a atriz Jodie Foster, segundo seu depoimento. A tentativa envolve diversas teorias da conspiração, inclusive envolvendo a família Bush.
Donald Trump (Tentativa)
Além do ocorrido no último sábado, em 18 de junho de 2016, um homem britânico chamado Michael Sandford tentou pegar a arma de um policial em um comício de Trump em Las Vegas, Nevada. Ele foi preso, declarado insano e deportado após o crime.
Obama, Hillary e Joe Biden (tentativa)
Em outubro de 2018, Cesar Sayoc Jr., um militante de extrema direita, enviou 16 pacotes para diferentes membros do partido democrata proeminentes e críticos de Trump, incluindo Barack Obama, Hillary Clinton, Joe Biden e Kamala Harris, além de Robert DeNiro. Nenhuma das bombas detonou. Ele foi condenado a 20 anos de prisão.