No momento em que sofre pressão para deixar a campanha eleitoral, o presidente Joe Biden posou de "durão" durante a Cúpula em que a OTAN celebra seus 75 anos, em Washington.
Numa entrevista durante o encontro, o secretário de Estado Antony Blinken confirmou a entrega de caças F-16 à Ucrânia, como passo que antecede a entrada de Kiev na aliança militar do Ocidente.
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No discurso de abertura do evento, Biden prometeu ajuda substancial à Ucrânia na forma de mísseis e sistemas de defesa.
Autoridades russas tem dito que se reservam o direito de atacar os caças mesmo em bases de terceiros países, uma vez que os F-16 são capazes de despejar bombas de gravidade B-61, de fabricação estadunidense, armadas com ogivas nucleares táticas.
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A Rússia tem usado mísseis de longo alcance contra as rotas de transferência de armas do Ocidente para a Ucrânia.
CAMPANHA ELEITORAL
O evento de Washington foi convertido num comício da campanha de Joe Biden. Uma oportunidade para ele posar ao lado de lideranças mais jovens e estabelecer um contraponto ao republicano Donald Trump.
Trump é crítico da OTAN e afirma que acabará com a guerra na Ucrânia assim que assumir.
A mídia estadunidense destacou a fala coerente e enérgica de Biden, mas suprimiu o momento em que ele agradeceu ao ex-primeiro ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, pelos serviços prestados à OTAN.
Biden disse que no passado pediu a Stoltenberg, que está deixando o cargo de secretário-geral da aliança depois de 10 anos, que ficasse na posição, com isso causando problemas domésticos a Jens. "Fodendo sua esposa", foi o que parece ter dito Biden no palco, para risada dos presentes.
AS ARMAS
A primeira remessa de F-16 para a Ucrânia será feita pela Noruega, que doará seis caças usados. Eles devem entrar em operação até o final de agosto.
Pilotos ucranianos vem sendo treinados para operar os aviões. O objetivo é acabar com a superioridade aérea de Moscou sobre o território da Ucrânia.
Países da OTAN prometeram entregar 60 caças F-16 a Kiev até o final deste ano.
O governo de Zelensky abriu um escritório em Washington para estreitar relações diretas com a indústria armamentista dos EUA.
Nos bastidores, o governo Biden prometeu acelerar a entrega de baterias anti-mísseis Patriot.
COMPLEXO MILITAR AMPLIADO
No último ano, as ações da Raytheon, agora RTX, aumentaram em mais de 30%. O conglomerado da Virgínia é um dos principais beneficiários da guerra na Ucrânia, pois fabrica os Patriot, os sistemas anti-aéreo Stinger e outras armas que os EUA fornecem a Kiev -- pagas pelo Tesouro estadunidense.
As "cinco grandes" do complexo industrial militar dos EUA são a RTX, Boeing, General Dynamics, Lockheed Martin e Northrop Grumman. Em parceria, elas controlam um pedaço significativo do orçamento do Pentágono.
Na ajuda à Ucrânia, os países da OTAN fazem parte do bolo. Na declaração conjunta anunciando mais apoio a Kiev, foram citados nominalmente sistemas militares fabricados por empresas da Noruega, Alemanha, Itália, Suécia e Grécia.
Isso reflete o objetivo da OTAN de aumentar os gastos militares para no mínimo 2% do PIB dos integrantes da aliança, mesmo num momento de graves dificuldades sociais no continente.