AVANÇO DA EXTREMA DIREITA?

Eleições na França: domingo é o dia D para a democracia na Europa

Extrema direita chega com favoritismo para o pleito; vitória pode significar o fim prático do governo Macron

Reta final na França bota futuro da Europa em chequeCréditos: Reuters/Folhapress
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Neste domingo (30), os franceses vão decidir seus novos deputados nas eleições legislativas antecipadas convocadas pelo presidente Emmanuel Macron após a fragorosa derrota do centro neoliberal que sustenta o governo de Emmanuel Macron.

As pesquisas eleitorais mostram que a favorita para a vitória é a frente de extrema direita liderada pelo Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen, que tem como sua principal face no parlamento o jovem fascista Jordan Bartella.

Nas pesquisas, a extrema direita pontua entre 32% e 37%, o que não garante uma maioria ou a possibilidade de eleger um primeiro-ministro.

O centro de Macron pontua cerca de 20% e deve certamente ficar em terceiro lugar. E deve se aliar com o segundo lugar para formar um novo governo.

Emmanuel Macron segue como derrotado nas eleições legislativas (Foto: Serviço de imprensa do Presidente da Federação Russa)

O segundo lugar deve ficar com a Nova Frente Popular, coalizão com todos os partidos de esquerda do país para tentar barrar o avanço da extrema direita e pontua entre 27% e 30%.

O problema é se os neofascistas de Le Pen superarem a margem das pesquisas e conquistarem uma verdadeira maioria, ou conseguirem uma eventual coalizão com nanicos no parlamento.

A realidade é que Macron sairá como derrotado.

Não vai conseguir liderar o primeiro-ministério e deverá entregar a duras penas o cargo para a esquerda, que tem como uma das bandeiras revogar a reforma da previdência do atual presidente que foi aprovada a fórceps no ano passado.

É isso ou perder completamente a governabilidade para a extrema direita, que pode formar uma maioria ou conseguir um primeiro-ministério de minoria que deve travar integralmente o funcionamento do governo até o ano de 2027, quando novas eleições presidenciais serão realizadas. E para a Europa, a segunda maior economia do continente nas mãos da extrema direita pode ser um péssimo sinal para os anos vindouros.

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