De LISBOA | O presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, anunciou em cadeia de rádio e televisão, na noite deste domingo (9), que dissolveu a Assembleia Nacional, para convocação de novas eleições, após a vitória massacrante da extrema direita de seu país no pleito para o Parlamento Europeu. O partido fascista “Rassemblement National”, conhecido pela liderança de Marine Le Pen por anos, e agora sob a batuta do jovem extremista Jordan Bardella, teve aproximadamente 32% dos votos na disputa, segundo sondagens de boca de urna realizadas pelos institutos Ifop e Ipsos.
A reação do chefe de Estado francês vem após reiteradas manifestações de preocupação por parte dele nos últimos dias, que alertava para a possibilidade de vitória de “nacionalistas demagogos que agem contra a Europa”. A nova eleição para formar o Legislativo da França deve acontecer em 30 de junho (1° turno) e 7 de julho (2° turno). O resultado da extrema direita seria maior do que o dobro dos índices das sondagens para a coalizão centrista de Macron, encabeçada pelo partido “Renaissance” (antes chamado “La République en March!”), que deve ficar com apenas 15,2%, ao passo que os socialistas devem chegar a apenas 14%.
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“Não foi um bom resultado para os partidos que defendem a Europa... Partidos de ultradireita, que se opuseram nos últimos anos a tantos dos avanços possibilitados pela nossa Europa estão ganhando terreno pelo continente. Não poderia, no fim deste dia, agir como se nada estivesse acontecendo”, disse o presidente, em tom dramático e de decepção.
Já a liderança histórica do “Rassemblement National”, a deputada ultrarreacionária Marine Le Pen, filha do veterano líder neonazista Jean-Marine Le Pen, aproveitou para tripudiar sobre os setores democráticos da política da França.
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"O povo francês mandou uma mensagem clara ao poder macronista, que está se desintegrando: já não querem uma construção europeia tecnocrática que nega a sua história, despreza as suas prerrogativas fundamentais e que resulta na perda de influência, identidade e liberdade", disse a mulher que encarna o extremismo no segundo país mais rico da União Europeia.
A liderança do “Rassemblement National”, pelo menos do ponto de vista formal, não está mais nas mãos de Le Pen. O presidente da legenda, e também cabeça de chapa nestas eleições europeias, é o jovem radical Jordan Bardella, escolhido a dedo e aprovado por ela, e que criou uma popularidade assustadora entre adolescentes e jovens do país, que parecem adorá-lo sem notarem o tipo político nefasto de que se trata.