EUROPA

"Nossa Europa pode morrer": Macron dá dura declaração antes de eleições europeias

Presidente da França enxerga "ameaça existencial" se avizinhando na União Europeia

Emmanuel Macron teme o futuro de seu bloco políticoCréditos: Serviço de imprensa do Presidente da Federação Russa
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O presidente da França Emmanuel Macron está preocupadíssimo com a vindoura eleição para o parlamento europeu. Na próxima semana, os europeus vão às urnas para eleger novos eurodeputados e os resultados não são positivos para a coalizão de centro que governa o bloco econômico.

"Acredito que estamos vivendo um momento existencial na nossa Europa porque realmente acredito que a nossa Europa pode morrer", disse Macron.

O presidente francês, que tem reconhecido a possibilidade de uso de tropas francesas na Ucrânia e age como um agitador europeu contra a Rússia, tem tentado promover uma doutrina de segurança mais rígida para a Europa Ocidental, enxergando essa alternativa contra as esquerdas e direitas anti-União Europeia ao redor do bloco.

"Uma Europa poderosa é simples: é uma Europa que se faz respeitar e garante a sua própria segurança; é uma Europa que aceita que tem fronteiras e as protege; é uma Europa que vê os riscos aos quais está exposta e se prepara para eles", afirmou em coletiva em Berlim.

"Há uma espécie de fascinação pelo autoritarismo que está surgindo nas nossas próprias democracias", disse Macron. Vale lembrar que, internamente, os dois grupos políticos mais fortes além de Macron são o de Jean Luc Melenchon, um anti-UE de esquerda, e Marine Le Pen, uma anti-UE de extrema direita.

Qual é o cenário das eleições europeias?

Os dados de pesquisas mais recentes mostram uma guinada à direita nos resultados projetados, com partidos anti-UE de extrema direita com grandes chances ganhar um grande número de assentos.

O grupo de direita Identidade e Democracia (ID) está projetado para se tornar o terceiro maior grupo no novo parlamento, ganhando cerca de 40 assentos. Este grupo conta com Salvini, fascista italiano, e Marina Le Pen, fascista francesa.

O direitistas e extremistas de direita do Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) podem ganhar algo entre 10 e 20 assentos, liderados pelo Vox (Espanha) e pelo Fratelli D'Italia, de Giorgia Meloni, da Itália.

Os dois maiores blocos - o Partido Popular Europeu (PPE) de centro-direita e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) de centro-esquerda - devem perder cadeiras.

Os liberais "clássicos" do Renovar a Europa (RE) e os Verdes/Aliança Livre Europeia (G/EFA) também devem perder assentos.

Os agregadores de pesquisas mostram um parlamento altamente fragmentado, o que pode favorecer a inação da UE e o crescimento da extrema direita ao redor dos países-membros.