Nesta quarta-feira (26), o avião que transportava Julian Assange, fundador do WikiLeaks, aterrissou em Camberra, capital da Austrália. Após mais de uma década, Assange retorna ao seu país natal como um homem livre. Ele foi recebido de forma calorosa por apoiadores e pela sua esposa, Stella Assange.
Assange chegou ao aeroporto de Camberra em um jato particular pouco depois das 19h30 (6h30 de Brasília), acenando para a mídia presente e seus apoiadores com aplausos. Logo depois, o fundador do WikiLeaks teve um reencontro emocionante com a esposa, com direito a beijos e abraços.
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"Julian está livre! Não há palavras para expressar nossa imensa gratidão a vocês - sim, vocês que se mobilizaram durante anos e anos para tornar isso realidade. Obrigado. Obrigado. Obrigado", postou Stella em seu perfil no X, logo após o anúncio de liberdade.
A chegada de Assange marca o fim de uma saga na qual ele passou mais de cinco anos em uma prisão britânica de alta segurança e outros sete anos asilado na embaixada do Equador em Londres. Durante esse período, ele enfrentou batalhas legais contra a extradição para a Suécia por acusações de agressão sexual e para os Estados Unidos, onde era alvo de 18 acusações criminais.
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O julgamento realizado em Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte, teve uma extensão de aproximadamente três horas. Durante a sessão, a juíza Ramona Villagomez Manglona validou o acordo alcançado entre os procuradores dos Estados Unidos e a equipe de defesa de Assange. A juíza considerou "justo" e "razoável" aceitar os 62 meses de prisão que Assange já havia cumprido no Reino Unido como parte da sentença.
Como explica essa matéria da Fórum, apesar de sua fundação em 2006, foi em 2010 que o WikiLeaks saltou para os holofotes da fama internacional. A plataforma divulgou um vídeo chocante que expunha a brutalidade da guerra no Iraque: um ataque de helicóptero americano em 2007 que resultou na morte de 12 pessoas.
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Ainda em 2010, Assange expôs ao mundo segredos obscuros das guerras no Iraque e Afeganistão. Através da plataforma, cerca de 490 mil documentos militares dos Estados Unidos, muitos considerados confidenciais ou até mesmo secretos, foram tornados públicos. Esses arquivos continham material chocante: vídeos que revelavam o assassinato de civis e jornalistas, além de abusos de poder por parte de autoridades americanas e de outros países.