Nesta terça-feira (7), o governo de São Tomé e Príncipe anunciou um tratado de cooperação militar com a Rússia, se tornando mais um país na África que se aproxima de Moscou.
A ex-colônia portuguesa se aproxima de Líbia, Mali, Burkina Faso, República Centro-Africana e Niger como membro da área de influência russa no continente-mãe.
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O pequeno país insular anunciou na última quinta-feira (2) que iria pedir uma reparação pela colonização portuguesa na ilha, utilizando a esteira aberta pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
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Segundo a Sputnik, "o acordo estipula que ambas as partes acordaram em cooperar nos seguintes domínios: treino conjunto de tropas, recrutamento das forças armadas, utilização de armas e equipamento militar, logística, intercâmbio de experiências e de informações no âmbito da luta contra a ideologia do extremismo e do terrorismo internacional, educação e formação de pessoal".
São Tomé e Príncipe tem saída para o oceano atlântico e pode ser um ponto estratégico para a Rússia dentro do Atlântico, região de influência majoritária americana.
Influência russa no continente africano
O movimento confirmado nesta terça-feira (7) faz parte de uma tendência de longa data: a Rússia tem expandido significativamente sua influência militar na África nos últimos anos por meio de vários métodos, como acordos de cooperação militar, o desdobramento de empresas militares privadas como o Grupo Wagner e o fornecimento de armas.
Além dos países supracitados, que tiveram mudanças de governo recentemente ou contam com apoio do Grupo Wagner para o combate de jihadistas, Argélia, Sudão do Sul, Angola, Uganda, Nigéria e Gana possuem relevante parte de seu orçamento militar diretamente conectado à indústria de defesa russa.
A Rússia concluiu acordos de cooperação militar com 43 países africanos e permanece como um importante fornecedor de armas para o continente.
Os objetivos estratégicos de Moscou na África envolvem o estabelecimento de bases militares, especialmente na região do Sahel, para proteger investimentos e garantir recursos, visando remodelar a ordem internacional a seu favor.
Atualmente, os países africanos têm relações mais amistosas com a Rússia do que com seus antigos colonizadores ou mesmo com os EUA, que só perdem influência na região.
Os massivos investimentos chineses em infraestrutura e apoio verdadeiro de Moscou contra grupos terroristas fazem parte da chamada reordenação do mundo.
É a cooperação Sul-Sul a todo o vapor.