Com a iminência da aprovação, neste sábado 20, de mais U$ 60,8 bilhões de ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, a escalada retórica entre a Rússia e o Ocidente só faz crescer.
O ex-presidente Dmitri Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, se converteu no porta-voz mais agressivo do Kremlin.
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Uma tentativa de assassinato contra o principal fã de Bandera na Polônia? Isso é sério. O palhaço chapado tem todos os motivos para ficar alarmado. Possivelmente, é a primeira prova de que foi tomada uma decisão de eliminá-lo no Ocidente. Tenha medo, bufão!
Medvedev se refere ao líder fascista Stepan Bandera, tornado herói nacional na Ucrânia, e sugere que Zelensky é viciado em drogas.
A provocação foi empurrada no X pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a estrela midiática Maria Zakharova, conhecida pelo domínio dos assuntos, a ironia e o sarcasmo de suas falas.
GUERRA CIVIL NOS EUA
Em sua conta no Telegram, Zakharova afirmou hoje que os Estados Unidos continuam sonhando com a dissolução da Rússia, assim como faziam com a União Soviética.
Para provar seu ponto, fez referência a um recente encontro promovido em Washington pela Fundação Jamestown, criada ainda no tempo da URSS como plataforma para dissidentes soviéticos.
A fundação promoveu um painel sobre a dissolução da Rússia durante esta semana.
De acordo com os organizadores, a Rússia forma o Eixo da Dissolução com Beijing, Teerã e Pyongyang, com o objetivo de combater o Ocidente e causar conflitos no planeta.
A fundação não considera a Rússia uma nação:
A política imperialista russa sob Vladimir Putin é uma fonte de conflitos em todo o mundo, desde a Europa Oriental e o Cáucaso até o Oriente Médio e os Balcãs Ocidentais. A “Federação” Russa é uma federação apenas no nome e, no seu cerne, é um império colonial.
Como império, sustentam integrantes da Fundação, a Rússia deve ser dissolvida.
Anna Fotyga, parlamentar polonesa que faz parte da coalizão extremista de direita do Parlamento europeu, participou do evento e previu:
A ruptura da Federação Russa e a recuperação gradual da liberdade e da independência por parte de nações que sonham com isso há séculos é mais segura do que manter no poder o regime criminoso do Kremlin.
A porta-voz russa, em sua postagem no Telegram, respondeu à conferência dizendo que acredita que os Estados Unidos correm maior risco de ter uma guerra civil do que a Rússia.
Ela se referiu, inclusive, ao filme recém-lançado que trata disso em caráter ficcional.
As eleições presidenciais dos EUA em novembro serão um verdadeiro teste para o sistema político americano, como nunca antes visto. O indicador da crise é o próprio fato de haver uma corrida eleitoral entre “um candidato não mentalmente saudável, segundo os médicos” e “um candidato que, segundo os advogados, pode pegar 120 anos de prisão”.
Zakharova foi além.
A julgar pelos fantasmas da Fundação Jamestown, podemos adivinhar o que eles mais temem lá: a desintegração do país num contexto de contradições cada vez maiores entre o centro federal e os estados – Texas, Florida, Alabama – parece terrível, mas já não é uma profecia tão impossível.