TENSÃO

Rússia ameaça atacar Inglaterra: "consequências catastróficas"

Moscou anuncia exercício nuclear nas proximidades da Ucrânia e responde provocação britânica

Governo russo enxerga recentes declarações do Reino Unido como provocaçõesCréditos: Marcos Corrêa/PR
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Nesta segunda-feira (6), duas notícias importantes partem da Federação Russa: o governo Putin anunciou que irá realizar exercícios militares com armas nucleares táticas nas proximidades da Ucrânia e o ministério da Defesa do país respondeu uma provocação do Reino Unido ao anunciar que pode retaliar alvos britânicos em todo o mundo.

O exercício nuclear

A Rússia anunciou os exercícios nucleares com armas atômicas táticas na região sul do país, nas proximidades da Ucrânia e dos países do Cáucaso.

Moscou não confirmou ainda a data do exercício e a localização precisa por questões de segurança, mas mostra que suas armas nucleares não estão descartadas na Ucrânia.

A decisão vem após a aprovação de um pacotaço de dinheiro aprovado pelos EUA para Kiev e do aumento da verba para defesa ucraniana pela União Europeia.

Os exercícios devem usar apenas armas nucleares táticas, que são bombas projetadas para situação de menor escala. Não são armas nucleares estratégicas, projetadas para serem empregadas em guerra nuclear total.

As armas táticas geralmente têm menor potência explosiva e alcance em comparação com as estratégicas.

A ameaça à Inglaterra

O ex-primeiro-ministro britânico e chanceler do país David Cameron afirmou que a Ucrânia pode usar equipamento militar do Reino Unido para conduzir ataques contra a Rússia.

Vale lembrar que o Reino Unido possui mísseis balísticos intercontinentais e um poderosíssimo arsenal aéreo e marítimo - em especial com mísseis de cruzeiro de longo alcance.

Resumidamente, David Cameron afirmou que é possível a Ucrânia operar equipamentos britânicos contra a Rússia em nível global, podendo realizar ataques fora do teatro de guerra para desviar atenção de Moscou.

A Rússia não levou a sugestão de Cameron na brincadeira e convocou o embaixador britânico no país, Nigel Casey, para prestar esclarecimento.

O ministério ainda afirmou que, caso esse ataque ocorra, irá agir diretamente contra equipamentos britânicos em todo o mundo, sem discrição ao território ucraniano.

Confira a nota:

"O ataque hostil de Cameron contradiz diretamente as afirmações anteriores da parte britânica na hora de entregar ao regime de Kiev os mísseis de cruzeiro de longo alcance de que estes não seriam utilizados contra o território da Rússia em nenhuma circunstância", disse o Ministério de Exteriores Russo em nota.

"O Embaixador foi chamado a pensar nas inevitáveis consequências catastróficas de tais medidas hostis de Londres e a refutar imediatamente da forma mais decisiva e inequívoca as declarações belicosas e provocativas do chefe do Ministério dos Negócios Estrangeiros", completa.