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General dos EUA dá recado forte ao Brasil e à aproximação dos BRICS

Chefe do Comando Sul deu declaração pressionando Lula em entrevista ao Valor Econômico

Laura RichardsonCréditos: Public Domain
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A general do Comando Sul do Exército dos EUA Laura Richardson está no Brasil para exercícios conjuntos entre a marinha brasileira e a estadunidense.

Os exercícios militares são uma forma de celebração dos 200 anos de relações entre Brasil e EUA.

Washington foi a primeira potência a reconhecer a independência brasileira, em 1824, no âmbito da doutrina de 'América para Americanos'.

Richardson deu uma entrevista ao Valor Econômico em que comentou diferentes temas das relações EUA-Brasil. E a oficial estadunidense enxerga de maneira negativa a reaproximação intensa entre Brasília e Pequim.

"Enquanto as democracias compartilham uma história de 200 anos, a parceria com a China tem apenas 50 anos", disse a general.

"Como democracias, respeitamos uns aos outros. Respeitamos a soberania uns dos outros. Respeitamos o povo um do outro, as democracias, o que não acontece com um país comunista, porque eles não respeitam os direitos de seu próprio povo", disse ela.

Pressão contra os BRICS

A parceria entre Brasil e China tem se intensificado nas últimas décadas e alcançou seu ponto máximo no ano passado, com a visita oficial de Lula a Pequim com investimentos e inúmeros acordos de cooperação.

Enquanto a China promete investimentos privados e estatais de alta complexidade no Brasil, os EUA apostam em uma política pouco pujante para financiamento de projetos no Brasil.

Além disso, Lula, Haddad e Xi Jinping avançam em uma agenda de desdolarização, mediada inclusive pelo Novo Banco de Desenvolvimento liderado por Dilma Rousseff.

Essa política tem irritado os EUA, inclusive Donald Trump, que já afirmou que pode sancionar economicamente países que adotarem oficialmente a mudança de moeda para o comércio exterior, como Rússia, Índia e China.

O Comando Sul dos EUA é o departamento do exército americano focado em temas da América do Sul e América Central. Laura Richardson, sua chefe, sabe a importância da região para os EUA. Em 2020, ela deu uma declaração que esclarece os interesses de Washington na região.

"Nossos concorrentes e adversários também sabem o quanto essa região é rica em recursos", afirmou a general. "60% do lítio do mundo estão na região; você tem petróleo bruto pesado, você tem petróleo bruto leve, você tem elementos de terras raras, você tem a Amazônia […] você tem 31% da água doce do mundo aqui na região", completou.

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