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Senador dos EUA entra em pânico com Tribunal de Haia: "somos os próximos"

Um dos líderes da direita estadunidense no Senado quer sancionar Tribunal Penal Internacional

Lindsey Graham Créditos: Gage Skidmore
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Durante uma audiência no Senado Federal dos EUA nesta terça-feira (22), o senador republicano e conservador Lindsey Graham afirmou que os EUA são "os próximos" a serem julgados por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional, o famoso tribunal de Haia.

Graham estava questionando se o atual secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, planeja sancionar o tribunal e seus membros por conta do mandado de prisão emitido contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant, primeiro-ministro e ministro da Defesa de Israel.

Lindsey Graham, então, se preocupou com o seu próprio país.

“Esperamos que, juntos, encontremos uma maneira de expressar o nosso descontentamento com o TPI, porque se eles fizeram isso com Israel, seremos os próximos”, disse Graham.

“No final das contas, o que espero que aconteça é que apliquemos sanções contra o TPI por este ultraje, não apenas para ajudar os nossos amigos em Israel, mas também para nos protegermos ao longo do tempo”, acrescentou Graham.

“Trabalharei contigo nisso”, respondeu Blinken, apoiando as sanções.

O que pesa contra Israel

As acusações contra Netanyahu e Gallant incluem “causar extermínio, causar fome como método de guerra, incluindo a negação de ajuda humanitária e o crime de guerra de dirigir ataques intencionalmente contra a população civil e bens civis”.

Além deles, outros três líderes do Hamas também são acusados de tais crimes, inclusive Ismail Haniyeh, presidente do partido exilado no Catar.

Presidente dos EUA, Joe Biden, e Netanyahu, premiê israelense

Segundo Karim Khan, procurador do TPI, há provas "incluindo entrevistas com sobreviventes e testemunhas oculares, material de vídeo, fotografia e áudio autenticado, imagens de satélite e declarações do alegado grupo perpetrador" que confirmam que Netanyahu e Gallant privou intencional e sistematicamente a população civil em Gaza de objetos indispensáveis à sobrevivência humana".

"O meu Gabinete afirma que estes atos foram cometidos como parte de um plano comum para usar a fome como método de guerra e outros atos de violência contra a população civil de Gaza como meio de (i) eliminar o Hamas; (ii) garantir o regresso dos reféns raptados pelo Hamas e (iii) punir coletivamente a população civil de Gaza, que consideravam uma ameaça para Israel", alega o procurador.

O que consta contra os EUA

O TPI autorizou uma investigação sobre crimes de guerra cometidos no Afeganistão em 2020, que poderiam ter incluído alegados crimes cometidos pelo Talibã, pelas Forças de Segurança Nacional Afegãs, por militares dos EUA e pessoal da Agência Central de Inteligência (CIA).

Os EUA sancionaram membros do TPI para tentar coibir a investigação, que foi fechada. Em 2021, o caso foi reaberto, mas com uma ressalva: só seriam avaliados exclusivamente nos crimes cometidos pelos Taliban e pelo Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISIS-K), excluindo os EUA e seus aliados das acusações.

O Tribunal Penal Internacional também conduziu um exame preliminar ao Iraque/Reino Unido, centrando-se em alegados crimes cometidos por cidadãos do Reino Unido no contexto do conflito e ocupação do Iraque de 2003 a 2008, incluindo homicídio, tortura e outras formas de maus-tratos, mas fechou a investigação por se tratarem de crimes iniciados antes de sua instituição.

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