O governo de Vladimir Putin concluiu que não há qualquer chance de uma saída negociada para a guerra na Ucrânia e partiu para a vitória no campo de batalha.
Isso ficou refletido na mudança ministerial promovida por Putin no início de seu quinto mandato como presidente.
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Ele trocou o general Sergei Shoigu, que comandou a invasão da Ucrânia, pelo economista civil Andrei Belousov no Ministério de Defesa.
A mídia ocidental tentou vender a troca como sinal de turbulência ou fracasso militar russo.
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Porém, parece ser a constatação de que, numa guerra longa, Belousov -- um assessor econômico de confiança de Putin -- está melhor preparado para evitar que os gastos militares do país levem a um colapso, como aconteceu com a União Soviética.
Os jornalistas ocidentais simplesmente descontam as declarações do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, como propaganda, mas os argumentos utilizados por ele para justificar a troca fazem sentido.
Peskov disse que os gastos militares russos saltaram de 3% para 6,7% do PIB -- estavam em 7,4% quando a URSS colapsou.
O campo de batalha é agora dominado por aqueles que estão mais abertos à inovação e prontos para introduzí-la da maneira mais rápida possível.
Belousov já afirmou que uma de suas prioridades é melhorar as condições de vida dos militares, que recebem o equivalente a R$ 11 mil reais mensais para lutar na Ucrânia.
Subsídios para a compra de moradia, acabar com a burocracia para tratamento médico e melhorar os salários de civis que trabalham para as forças armadas são outras prioridades do novo ministro.
Tudo isso está em linha com a constatação de que a guerra na Ucrânia vai longe e manter apoio popular a ela é essencial para Putin.
LAVROV MANTIDO
Sergei Lavrov, mantido como chanceler da Rússia, cargo que ocupa há 20 anos, disse que não vê chance para a diplomacia no curto prazo.
Segundo ele, a decisão de insistir na guerra é do Ocidente.
Se eles querem que seja no campo de batalha, terão o campo de batalha.
Nos últimos dias, tropas russas fizeram avanços surpreendentes em direção a Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.
Kharkiv fica a apenas 40 quilômetros da fronteira, assim como Belgorod, do lado russo.
A região de Belgorod se converteu no maior alvo da Ucrânia, inclusive com incursões terrestres de milícias formadas por mercenários anti-Putin.
Até agora, eles fracassaram na tentativa de instalar um governo provisório dentro da Rússia.
O novo front da guerra aparentemente pegou a Ucrânia de surpresa.
O comandante militar da região de Kharkiv foi demitido depois que tropas russas conquistaram vários vilarejos fronteiriços em questão de horas.
A ofensiva pode obrigar a Ucrânia a deslocar tropas de outras frentes.
A Rússia está se antecipando à chegada maciça de ajuda militar do Ocidente. Os caças F-16 doados à Ucrânia entram em ação em junho ou julho.
Os lançadores de foguetes conhecidos como HIMARS, com alcance de 300 quilômetros, também devem reforçar Kiev.