UCRÂNIA

Rússia abre nova frente e promete vitória em campo de batalha

Comandante ucraniano da região de Kharkiv é demitido

Novo alvo.A região de Kharkiv é o novo alvo da Rússia.Créditos: Wikipedia
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O governo de Vladimir Putin concluiu que não há qualquer chance de uma saída negociada para a guerra na Ucrânia e partiu para a vitória no campo de batalha.

Isso ficou refletido na mudança ministerial promovida por Putin no início de seu quinto mandato como presidente.

Ele trocou o general Sergei Shoigu, que comandou a invasão da Ucrânia, pelo economista civil Andrei Belousov no Ministério de Defesa.

A mídia ocidental tentou vender a troca como sinal de turbulência ou fracasso militar russo.

Porém, parece ser a constatação de que, numa guerra longa, Belousov -- um assessor econômico de confiança de Putin -- está melhor preparado para evitar que os gastos militares do país levem a um colapso, como aconteceu com a União Soviética.

Os jornalistas ocidentais simplesmente descontam as declarações do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, como propaganda, mas os argumentos utilizados por ele para justificar a troca fazem sentido.

Peskov disse que os gastos militares russos saltaram de 3% para 6,7% do PIB -- estavam em 7,4% quando a URSS colapsou.

O campo de batalha é agora dominado por aqueles que estão mais abertos à inovação e prontos para introduzí-la da maneira mais rápida possível.

Belousov já afirmou que uma de suas prioridades é melhorar as condições de vida dos militares, que recebem o equivalente a R$ 11 mil reais mensais para lutar na Ucrânia.

Subsídios para a compra de moradia, acabar com a burocracia para tratamento médico e melhorar os salários de civis que trabalham para as forças armadas são outras prioridades do novo ministro.

Tudo isso está em linha com a constatação de que a guerra na Ucrânia vai longe e manter apoio popular a ela é essencial para Putin.

Desde sexta-feira as tropas russas já avançaram sobre vários vilarejos no norte da Ucrânia.

LAVROV MANTIDO

Sergei Lavrov, mantido como chanceler da Rússia, cargo que ocupa há 20 anos, disse que não vê chance para a diplomacia no curto prazo.

Segundo ele, a decisão de insistir na guerra é do Ocidente.

Se eles querem que seja no campo de batalha, terão o campo de batalha.

Nos últimos dias, tropas russas fizeram avanços surpreendentes em direção a Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

Kharkiv fica a apenas 40 quilômetros da fronteira, assim como Belgorod, do lado russo.

A região de Belgorod se converteu no maior alvo da Ucrânia, inclusive com incursões terrestres de milícias formadas por mercenários anti-Putin.

Até agora, eles fracassaram na tentativa de instalar um governo provisório dentro da Rússia.

O novo front da guerra aparentemente pegou a Ucrânia de surpresa.

O comandante militar da região de Kharkiv foi demitido depois que tropas russas conquistaram vários vilarejos fronteiriços em questão de horas.

A ofensiva pode obrigar a Ucrânia a deslocar tropas de outras frentes.

A Rússia está se antecipando à chegada maciça de ajuda militar do Ocidente. Os caças F-16 doados à Ucrânia entram em ação em junho ou julho. 

Os lançadores de foguetes conhecidos como HIMARS, com alcance de 300 quilômetros, também devem reforçar Kiev.