Em maio de 2023, a Ucrânia "convocou" Harry Potter e outros personagens de um dos maiores sucessos mundiais do cinema para lutar na guerra contra a Rússia.
Foi num vídeo produzido por Inteligência Artificial postado na rede oficial do Ministério da Defesa.
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O texto dizia que "existem muitos personagens da literatura mundial que sonham em se juntar ao Exército da Ucrânia, o lado do bem".
Aparentemente, a mágica de Potter e seus parceiros não deu resultados.
A Rússia hoje controla cerca de 20% do território da Ucrânia e faz ganhos praticamente diários, embora de pequena monta.
Uma ofensiva de verão de Moscou deve começar em algumas semanas, na previsão do próprio presidente Volodymyr Zelensky.
A julgar pelas declarações do ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, ela será ambiciosa: ele mencionou Kharkiv como um dos alvos.
Nas últimas horas, aliás, a Rússia destruiu a principal torre de TV da cidade, que desabou de maneira espetacular.
HECATOMBE SEM FIM
A guerra é travada tanto nas redes sociais quanto na frente de cerca de 900 quilômetros.
A Ucrânia sustenta que já matou mais de 460 mil soldados russos e destruiu 7.236 tanques.
A batalha decisiva está sendo travada em Washington: ainda esta semana, o Senado deve aprovar ajuda superior a U$ 60 bilhões para Kiev, que estava empacada há seis meses por conta de oposição de parlamentares ligados a Donald Trump.
Voltando a bater o bumbo da guerra, a BBC britânica já diz que a Ucrânia tem chance de vitória.
Dmitry Medvedev, o ex-presidente russo encarregado de bater sem limites em Zelensky, reagiu com ódio:
Dada a decisão russofóbica que aconteceu, desejo sinceramente que os próprios Estados Unidos mergulhem numa nova guerra civil o mais rapidamente possível. Que, espero, será radicalmente diferente da guerra do Norte e do Sul no século XIX e será travada com aviões, tanques, artilharia, lançadores de foguetes e todos os tipos de mísseis e outras armas. E que finalmente levará ao colapso inglório o vil império do mal do século 21 – os Estados Unidos da América.
FIM DA PONTE KERCH?
Com 18 quilômetros de extensão, a ponte Kerch é um orgulho pessoal de Vladimir Putin: ela foi construída em tempo recorde, entre fevereiro de 2016 e abril de 2018 e custou o equivalente a quase R$ 20 bilhões.
Em 2014, os moradores da Crimeia, que a Rússia considera uma espécie de porta-aviões do país no mar Negro, votaram massivamente num referendo para se juntar a Moscou.
A Ucrânia não aceita a anexação, muito menos a de outros quatro territórios em que a Rússia está emitindo passaportes para os moradores: as províncias de Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson.
Analistas militares concordam: com a ajuda renovada, Washington vai vender armas e aumentar o número de assessores a serviço da Ucrânia.
Um dos primeiros alvos será a ponte da Crimeia, que é uma ligação direta entre a região e território russo distante da frente de batalha.
Ela já foi atacada várias vezes, mas sempre recuperada.
A atual postura de dissuasão russa é insuficiente para impedir este ataque. A menos que a Rússia deixe claro à Ucrânia e aos EUA que as consequências de tal ataque superarão em muito os benefícios, é inevitável que a Ponte da Crimeia seja destruída.
A frase é de um dos analistas militares mais respeitados, o ex-inspetor de armas da ONU Scott Ritter.
Ele acredita que os EUA agora fornecerão à Ucrânia sistemas táticos de mísseis de longo alcance, os chamados ATACMS, que podem ser disparados da retaguarda, a 300 quilômetros do alvo.
AVANÇO GLOBAL
Apesar das previsões em contrário, Washington parece acreditar numa reação ucraniana que coloque Vladimir Putin em apuros.
O pacote militar que será aprovado pelo Senado inclui ajuda para Israel e Taiwan.
O fato de o primeiro-ministro da Polônia, Andrzej Duda, ter dito que está disposto a abrigar armas nucleares em solo polonês causou arrepios.
Sergei Lavrov reagiu:
Os EUA e os estados clientes da OTAN ainda sonham em infligir uma “derrota estratégica” à Rússia e estão prontos para prosseguir com a sua política de dissuasão “até o último ucraniano”. O Ocidente se equilibra no limite perigoso de um confronto militar direto entre potências nucleares, que poderá ter consequências catastróficas.