O recém-empossado governo de Portugal comandado pelos conservadores da Aliança Democrática negou a possibilidade de instalar uma política de reparação pela colonização do Brasil e de outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na semana passada, Marcelo Rebelo, presidente do país - que tem o cargo de Chefe de Estado e não de governo, portanto, não faz políticas públicas -, afirmou que Lisboa deveria reparar o Brasil por crimes cometidos durante o período da escravidão e da colonização.
Te podría interesar
"Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso", declarou o presidente português em conversa com correspondentes estrangeiros e se referindo ao Brasil.
Reação da direita
A fala de Rebelo foi duramente criticada pelo atual Executivo (Aliança Democrática - centro-direita) e pela extrema direita do Chega, que, somados, possuem ampla maioria no parlamento (mas não são uma coalizão de governo).
Te podría interesar
Em nota, o gabinete do primeiro-ministro Luís Montenegro, que comanda o executivo, afirmou que "não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas" para reparação das colônias, mantendo as políticas dos governos anteriores, que também nunca tocaram no tema da reparação.
A extrema direita afirmou que pedir desculpas pela escravidão e cogitar reparar países de terceiro mundo pelos crimes portugueses foi "a maior traição à pátria e ao povo português de que há memória. Não esqueceremos", disse o partido Chega no Twitter.