VIOLÊNCIA

Professora é agredida de forma violenta por policiais em protesto pró-Palestina nos EUA

Caroline Fohlin teve seus óculos retirados e bateu com a cabeça no chão durante repressão policial na Emory University; veja vídeo

Caroline Fohlin é professora de Economia da Emory University.Créditos: X/CarolineFonhlin e @CubaSamurai
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A professora de Economia da Emory University, nos Estados Unidos, Caroline Fohlin, foi detida durante uma repressão policial enquanto participava do protesto pró-Palestina na universidade. Os estudantes de Emory, seguindo o exemplo de outras universidades americanas, montaram acampamentos no campus como forma de protesto pelo atual confronto em Gaza perpetrado pelo Estado de Israel.

No entanto, isso foi “motivo” para uma intervenção do Departamento de Polícia de Emory. A detenção de Fohlin ocorre em meio a uma onda crescente de protestos estudantis em todo o país. Um vídeo que ganhou destaque nas redes sociais captura o ocorrido e mostra um policial derrubando Fohlin, cujos óculos são lançados ao chão quando sua cabeça atinge o concreto. Usuário no X, antigo Twitter, estão chamando a situação de “ditadura nos EUA” pela semelhança da cena com a registrada em regimes totalitários. Veja o vídeo:

A detenção de Fohlin pela Polícia de Emory, juntamente com outros manifestantes foi confirmada por veículos locais. Em nota, a administração da Universidade Emory se referiu aos manifestantes como “invasores”. 

Quem é Caroline Fohlin

Fohlin é professora da Faculdade de Artes e Ciências da Emory University desde 2017, de acordo com seu perfil no LinkedIn. Ela é ex-aluna da Universidade da Califórnia, Berkeley, onde os protestos continuam apesar da prisão de 93 manifestantes na quarta-feira. Segundo o perfil de Caroline Fohlin no LinkedIn, ela é graduada em Matemática e Economia Quantitativa pela Tufts University, localizada em Medford, Massachusetts. Posteriormente, Fohlin obteve seu doutorado em Economia pela UC Berkeley em 1994. 

Antes de sua posição atual na Emory University, Fohlin lecionou na Universidade John Hopkins e no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Esta foi supostamente a intervenção mais violenta até o momento, com o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes pela primeira vez desde o início dos protestos na Universidade de Columbia, em 17 de abril. Os protestos já foram a pelo menos 17 universidades, incluindo a Emory.

Estudante brasileiro da Columbia University fala à Fórum

Daniel Calarco, que atua como presidente do Observatório Internacional da Juventude (OIJ) e é reconhecido como Obama Scholar na Universidade de Columbia, está atualmente como aluno visitante na instituição. Ele tem estado atento às manifestações estudantis em grande escala que estão ocorrendo nos EUA, não apenas na Universidade de Columbia, mas também em outras prestigiosas universidades como Yale e Harvard. 

Em entrevista à Fórum, Calarco afirmou que os protestos fizeram com que todas as atividades acadêmicas na Universidade de Columbia fossem transferidas para o ambiente online e o acesso ao campus passou a ser restrito aos alunos que possuem carteirinhas de identificação ativas. Segundo o aluno visitante, a polícia marca presença constante no interior da universidade, criando um ambiente hostil.

"A tensão é palpável, com a presença constante da polícia e um clima de hostilidade que afeta todos os envolvidos. O Boicote Acadêmico e Cultural é um movimento significativo que ganhou forma com mais de mil assinaturas de professores, estudantes e membros da comunidade universitária, exigindo um boicote acadêmico e cultural à Israel. O protesto responde diretamente à gestão dos investimentos financeiros da universidade que, supostamente, apoia ações consideradas por eles como genocídio em Gaza e na Cisjordânia, além da repressão violenta aos protestos estudantis no próprio campus", detalha Calarco.