DESINFORMAÇÃO

Elon Musk já defendeu slogan nazista, atitudes racistas e suspendeu contas pró-Palestina; relembre

Bilionário que se diz a “favor da liberdade de expressão”, atua no X, antigo Twitter, explicitamente como um fascista, além de criticar decisões de outros países

Elon Musk, empresário do X.Créditos: Reprodução de Vídeo
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Elon Musk, proprietário da plataforma X, antigo Twitter, fez posts questionando a penalização de um político belga que disseminou memes racistas e também um processo legal na Alemanha contra um político que utilizou um slogan nazista. Isso ainda ocorreu antes de ele afrontar Alexandre de Moraes, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e ameaçar desobedecer ordens judiciais do Brasil.

Além disso, Musk recorreu à própria plataforma para disseminar uma informação falsa acerca do sistema eleitoral dos Estados Unidos, que precisou posteriormente ser refutada por governos de três estados diferentes. Vale lembrar que o empresário também chegou a recomendar posts contra palestinos após estourar a guerra. Tudo este ano. Relembre alguns dos casos abaixo:

9 de janeiro: Suspensão de contas pró-Palestina sem motivo

O X realizou uma extensa suspensão de contas pró-Palestina, que continham um grande número de seguidores. Entre os afetados na época estavam jornalistas e repórteres como Alan MacLeod, Ken Klippenstein, Rob Rousseau e Steven Monacelli. A maioria das contas suspensas realizavam críticas ao Estado de Israel de alguma forma, enquanto o bilionário mantinha contas que atacavam diretamente a Palestina e espalhavam desinformação.

12 de março: Musk é contra condenação de racista na Bélgica

Dries Van Langenhove, um ex-legislador belga e ativista de direita radical, recebeu uma sentença de um ano de encarceramento por disseminar materiais de natureza racista e nazista através de um aplicativo de mensagens.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, os materiais incluíam piadas de mau gosto abordando uma variedade de tópicos, desde a escassez de alimentos na África até os campos de extermínio do Holocausto. Naquele dia, Musk utilizou uma postagem do político no X para ironizar e questionar se havia mais alguém que tivesse sido sentenciado à prisão por “compartilhar esse meme em um grupo de bate-papo”. 

Ele retuitou um post publicado por uma mulher que apoiava a extrema direita da Holanda, que classificou a condenação por racismo como “tirania absoluta”. Em resposta, Thomas Dermine, o secretário de estado belga para a Recuperação Econômica e Investimentos Estratégicos enfatizou que "na Bélgica, o racismo não é uma opinião. É um crime", e acrescentou que "a liberdade de expressão termina onde o ódio começa”.

“O réu elogiou a ideologia nazista, que causou e continua a causar sofrimento incalculável a inúmeras pessoas. O processo mostrou que ele quer minar a sociedade democrática e substituí-la por um modelo social de supremacia branca”, informou o juiz Jan Van den Berghe, de acordo com a Associated Press.

2 de abril: Musk compartilha desinformação acerca do sistema eleitoral do EUA

Musk compartilhou um post de uma conta anônima que alegava fraude no sistema eleitoral dos EUA. O post falsamente afirmava que havia um aumento no número de eleitores se registrando sem fotos de identificação nos estados do Texas, Arizona e Pensilvânia, insinuando que isso poderia permitir a participação de imigrantes ilegais nas eleições americanas. 

No mesmo dia, Donald Trump, o candidato virtual do Partido Republicano à presidência deste ano, aproveitou o momento e resolveu abordar a fake news em suas redes sociais, questionando a identidade dos eleitores registrados. 

6 de abril: Musk diz que apoiar o nazimo é “liberdade de expressão”

Björn Höcke, figura proeminente da facção mais extremista do partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), anunciou no X que enfrentaria um julgamento em Halle, na Alemanha, por uma declaração que, de acordo com ele, “interpretou erroneamente seu patriotismo”. Höcke enfrentará um processo legal por ter usado, em um evento de campanha em 2021, a expressão “Tudo pela Alemanha” - um slogan ligado a uma organização paramilitar nazista, de acordo com a agência de notícias alemã Deutsche Welle. O político em questão argumenta que a expressão foi “descontextualizada”.

Como esperado, Musk foi ao X para defender o líder da facção: “Por que é ilegal?”. Importante lembrar que na Alemanha, qualquer forma de glorificação do nazismo é considerada um delito. O Código Penal alemão criminaliza a negação pública do Holocausto e a disseminação de propaganda nazista.

O Golpe de Estado na Bolívia em 2019

“Vamos dar golpe em quem quisermos. Lide com isso”, disse Elon Musk em 2020 quando eram apontadas as suas relações com o golpe de Estado policial-militar que solapou a democracia da Bolívia no ano anterior. Na ocasião, o presidente Evo Morales foi deposto e a então presidente do parlamento, Jeanine Áñéz, foi colocada na cadeira presidencial.

A frase foi postada pelo bilionário sul-africano em resposta a um internauta que o acusou de patrocinar o golpe boliviano a fim de obter o lítio produzido no país a valores mais atraentes. À época do singelo debate, o atual presidente Luis Arce liderava as pesquisas eleitorais. Leia mais nesta matéria da Fórum.