ORIENTE MÉDIO EM CHAMAS

EUA preveem ataque de Israel ao Irã; Onu alerta para "grandes confrontos" no Oriente Médio

Após reunião do Conselho da ONU terminar sem acordo, autoridades acreditam que o governo sionista de Benjamin Netanyahu deve atacar o Irã ao mesmo tempo que dá sequência ao genocídio em Gaza.

Ali Khamenei, Joe Biden e Benjamin Netanyahu.Créditos: Rede X
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Autoridades dos EUA preveem que o governo sionista de Israel deve iniciar já nesta segunda-feira (15) os ataques contra o Irã, que na noite de sábado (13) lançou mais de 300 projéteis, entre drones e mísseis balísticos, contra o território israelense, em uma ação sem precedentes no Oriente Médio.

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"As autoridades dos EUA e do Ocidente esperam que Israel responda rapidamente aos ataques iranianos, possivelmente já na segunda-feira", diz o jornal The Wall Street Journal.

A ação pode ocorrer sem o aval do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que teve uma reunião tumultuada neste domingo (14), com trocas de farpas entre representantes dos países e terminou sem acordo.

Porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Peter Lerner, fez suspense sobre uma possível tréplica armada de Israel, dizendo que a ação militar com o Irã ainda está sendo avaliada pelo governo Benjamin Netanyahu. Segundo ele, a resposta ao Irã poderia ser "ataque ou não ataque".

Após a sessão do Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um alerta nas redes para tentar frear "grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Médio Oriente".

"É vital evitar qualquer ação que possa conduzir a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Médio Oriente. Os civis já estão arcando com o peso e pagando o preço mais alto. Temos que envolver ativamente todas as partes envolvidas para evitar uma nova escalada", escreveu Guterres na rede X.

ONU

Mesmo diante dos apelos do secretário-geral da ONU, que na abertura da reunião afirmou que o Oriente Médio está "à beira do abismo" e deteriora a segurança mundial "a cada hora", a sessão foi marcada por bate-boca entre os representantes das nações.

Embaixador de Israel na ONU, Guilad Erdan, comparou o líder iraniano Ali Khamenei a Adolf Hitler. "Eles agem como o regime nazista", disse.

Em resposta, o representante iraniano Amir Iravani chamou Israel de "criança mimada" e justificou  a ação militar de seu país como necessária e proporcional em autodefesa. Ele argumentou que o ataque foi uma resposta ao ataque anterior de Israel ao consulado iraniano em Damasco.

Iravani criticou o Ocidente por ignorar as causas da crise e acusou França, Reino Unido e EUA de bloquearem uma declaração conjunta de condenação aos ataques israelenses.

Ele também acusou o governo israelense de genocídio e crimes atrozes, qualificando suas operações como terroristas. O Irã fez um alerta aos EUA, insistindo que não deseja um confronto e demonstrando moderação após militares estadunidenses interceptarem mísseis.

Gaza

Mesmo diante do impasse com o Irã, as forças sionistas continuaram os ataques em Gaza nesta segunda-feira (15).

“Apesar dos ataques do Irã, não perdemos de vista – nem por um momento – a nossa missão essencial em Gaza, que é salvar os nossos reféns detidos pelo Hamas”, disse o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari.

Em comunicado, as Forças Israelenses afirmam que está convocando mais reservistas para criação de duas brigadas adicionais.

Segundo o governo israelense, são necessários mais reservistas na linha da frente “para defender o Estado de Israel e garantir a segurança dos seus cidadãos”.

Na entrevista, Hagari afirmou que "o Hamas e o Irã querem inflamar o Médio Oriente e escalar o conflito na região”.