TENSÃO

Governo brasileiro se manifesta sobre ataque do Irã a Israel: "Grave preocupação"

Países de todo o mundo acompanham em alerta máximo a escalada do conflito no Oriente Médio

Sistema antimíssil de Israel em ação após ataque do Irã.Créditos: Amir Cohen/Reuters/Folhapress
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O Ministério das Relações Exteriores do governo brasileiro divulgou, na noite deste sábado (13), um comunicado oficial em que manifesta "grave preocupação" com a escalada do conflito no Oriente Médio diante do ataque promovido pelo Irã contra Israel. O país persa encampou uma retaliação ao ataque israelense de 1º de abril à sua embaixada na Síria, utilizando drones e mísseis de cruzeiro.

Segundo as forças de defesa de Israel, 99% dos artefatos lançados pelos iranianos teriam sido interceptados. Já o Irã afirma que mísseis conseguiram furar a proteção e atingir o território israelense. O governo de Benjamin Netanyahu se reunirá junto ao seu Gabinete de Guerra, ainda neste domingo (14), para discutir uma possível resposta à investida bélica. 

No comunicado sobre a escalada do conflito na região, o governo brasileiro afirma que "vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã". 

"O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada", diz um trecho da nota. 

Confira a íntegra: 

"O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria.

Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.

O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.

O Governo brasileiro recomenda que não sejam realizadas viagens não essenciais à região e que os nacionais que já estejam naqueles países sigam as orientações divulgadas nos sítios eletrônicos e mídias sociais das embaixadas brasileiras.

O Itamaraty vem monitorando a situação dos brasileiros na região, em particular em Israel, Palestina e Líbano desde outubro passado". 

"Assunto concluído"

O Irã lançou neste sábado (13) um ataque contra Israel em retaliação ao ataque de 1º de abril à sua embaixada na Síria, utilizando drones e mísseis de cruzeiro.

A escalada fez com que as tensões regionais atingissem o ponto mais alto de todos os tempos, à medida que os Estados Unidos deslocam mais forças para a região, enquanto a Jordânia e o Iraque fecham o seu espaço aéreo.

A missão permanente do Irã nas Nações Unidas publicou um comunicado sobre o ataque do Irã contra Israel. "Conduzida com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã foi em resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco", escreveu.

"O assunto pode ser considerado concluído. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os EUA DEVEM FICAR LONGE!", alerta.

Países árabes fecham espaço aéreo para forças armadas dos EUA

Segundo a agência de notícias estatal do Irã, a IRNA, o Catar e o Kuwait emitiram diretivas aos Estados Unidos proibindo a utilização das suas bases e espaço aéreo para qualquer potencial ação militar contra o Irã.

Catar e Kuwait comunicaram aos Estados Unidos que não permitirão o uso de suas bases para ações contra o Irã, informa a IRNA.

Além disso, os países do Golfo Pérsico proibiram qualquer utilização do seu espaço aéreo pelos EUA para potenciais operações militares contra o Irã.

Aviões militares dos EUA estão estacionados na Base Aérea Ali Al Salem e na Base Aérea Ahmed Al Jaber no Kuwait, bem como na Base Aérea Al Udeid no Qatar, que é a maior base aérea dos EUA no Médio Oriente.

Sirenes e estrondos tocam em Israel

O The New York Times informa que o sistema de alerta de ataques aéreos de Israel emitiu avisos em vastas áreas do sul do país e nos territórios ocupados na Cisjordânia e nas Colinas de Golã, indicando mísseis ou aeronaves inimigas sobrevoando.

O alerta de ataques aéreos de Israel também foi acionado dezenas de vezes sobre a possível chegada de mísseis ou aeronaves no deserto de Negev, no sul do país, onde há várias bases militares.

Altos estrondos e sirenes de ataque aéreo ressoaram também em Jerusalém.

Centenas de drones

Os drones iranianos foram disparados em pelo menos três ondas na noite deste sábado. Israel estima que os drones podem chegar ao espaço aéreo israelense entre 2h e 5h da manhã, horário local.

Os mísseis de cruzeiro precisariam de cerca de quatro horas para chegar a Israel. As autoridades israelenses ordenaram o encerramento do espaço aéreo civil a partir das 12h30 de domingo. Os drones precisariam de 7 horas a 9 horas para chegar a Israel.

Uma reunião do gabinete de guerra de Israel será realizada após a meia-noite, horário local, e será seguida por uma reunião do gabinete de segurança mais amplo.

Entretanto, o Canal 12 de Israel informou que o Aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv estaria fechado durante pelo menos três horas, ao mesmo tempo que informou que “Zion Wing” – o Força Aérea Um de Israel – descolou da Base Aérea de Nevatim, a sudeste de Beersheba.

A mídia israelense informou posteriormente que a aeronave estava sendo transferida para um local mais seguro.

O Sabereen News, veículo de comunicação do grupo militante xiita palestino, relatou o Al Monitor, informou que drones foram vistos no espaço aéreo iraquiano, inclusive acima de Basra, no sul, e Sulaymaniyah, na região do Curdistão. O meio de comunicação afirmou ainda que dezenas de drones foram lançados do Irã em direção a Israel, citando a mídia israelense.