Neste domingo (14), milhares de palestinos deslocados tentavam regressar às suas casas no norte de Gaza. A multidão foi atacada pelas tropas israelenses, que atiraram e forçaram as pessoas a regressarem em pânico.
Os relatos foram feitos à reportagem do The New York Times por um trabalhador de emergência e duas pessoas que tentaram fazer a viagem.
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A Wafa, a agência de notícias oficial da Autoridade Palestina, informou que cinco pessoas foram mortas e 23 feridas por tiros e artilharia israelense no incidente que ocorreu na rua Al-Rashid, ao sul da cidade de Gaza, enquanto uma multidão de habitantes de Gaza se dirigia para o norte, em direção às suas casas.
As circunstâncias das mortes não puderam ser confirmadas de forma independente, e os militares israelenses não responderam às questões sobre se as suas forças abriram fogo contra civis palestinos que tentavam atravessar para o norte de Gaza.
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Durante meses, os militares israelenses proibiram os palestinos que foram deslocados pela guerra em Gaza de regressarem às suas casas no norte de Gaza. Tornou-se um ponto de discórdia nas negociações entre Israel e o Hamas.
Não ficou claro por que alguns palestinos acreditavam que Israel não os impediria de retornar neste domingo. Mas faziam a viagem num dia em que o Irã lançou centenas de drones e mísseis contra Israel.
Genocídio em curso
Mais de 33 mil palestinos foram mortos em Gaza desde que Israel lançou o seu ataque em outubro, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. O ataque ocorreu em resposta à operação militar liderada pelo Hamas ao sul de Israel, que matou cerca de 1.200 pessoas.
A maioria das pessoas caminhava a pé – transportando a pouca comida que tinham ou os seus poucos pertences em sacos e bagagens – e algumas pagavam grandes somas de dinheiro para ir de carro, caminhão ou carroça puxada por burros.
Todos tomaram a mesma estrada à beira-mar, rumo ao norte, em direção a um posto de controle israelense que separa o sul de Gaza do norte. Aqueles que tentaram cruzar para o norte no meio da noite – por volta das 4 da manhã – conseguiram chegar ao destino.
Rumores falsos
Na manhã de domingo, Avichay Adraee, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês), escreveu no X que os rumores de que o exército estava permitindo que os residentes regressassem às suas casas no norte da Faixa de Gaza eram falsos.
“O I.D.F. não permitirá o retorno dos moradores”, acrescentou. “Para sua segurança, não se aproxime das forças que operam lá.”
Quase 2 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pela guerra entre o Hamas e Israel, que já vai no seu sexto mês. Uma das suas maiores preocupações é quando será permitido que essas pessoas regressem às suas casas, ou se serão permanentemente deslocadas, como aconteceu com as gerações anteriores.
Cerca de 700 mil palestinos foram expulsos ou fugiram das suas casas em 1947 e 1948 durante as guerras que cercaram o estabelecimento de Israel como Estado.