Em 1957, o Brasil enviou militares para uma missão de paz da ONU para pacificar as regiões do Sinai e da Faixa de Gaza. O presidente socialista do Egito Gamal Abdel Nasser tinha decidido estatizar o Canal de Suez, a maior passagem comercial do planeta Terra. França e Reino Unido, donos da via, reagiram, e Israel apoiou os antigos colonizadores contra o Egito.
Foi durante esse período que Israel invadiu Gaza pela primeira vez. Foram mais de mil mortes e 1% da população vítima de tortura, morte ou prisão durante os quatro meses de invasão sionista. Quem lembrou desta história foi Jamil Chade, jornalista do UOL.
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A missão de paz da ONU foi enviada e o Brasil teve um papel essencial, inclusive, para a desocupação de Gaza pelas forças israelenses. Em homenagem aos soldados brasileiros, se criou o bairro de al-Brasil, do ladinho da fronteira atual entre a Rafah palestina e a Rafah egípcia.
O bairro contava com zoológico, campo de futebol, casas importantes, e serviu de refúgio para diversos palestinos que fugiram da Guerra dos Seis Dias em 1967.
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Mas um relatório de 2004 da Human Rights Watch já mostrava a destruição de al-Brasil pelas forças israelenses.
Nos últimos meses, diversos edifícios da vizinhança foram destruídos e o bairro, que anteriormente era um símbolo da cidade mais ao sul da Faixa de Gaza, agora se tornou apenas mais um campo de refugiados debaixo de tendas fugindo das bombas israelenses.
Mapas mostram que toda a região de al-Brasil e bairros próximos já foi bombardeada.
São mais de 1,2 milhão de pessoas presas em Rafah e encurraladas por Israel por oeste, leste e norte. Ao Sul, o Egito constrói um segundo muro para evitar a passagem de refugiados para seu território.
Os EUA e Israel ajustam detalhes sobre a invasão por terra da cidade, temida por diversos observadores internacionais como um possível massacre de proporções nunca vistas no século XXI.
E o governo Netanyahu reafirma diariamente seu compromisso em seguir com o genocídio.