O diário israelense Haaretz pregou hoje, em editorial, a derrubada do governo de Benjamin Netanyahu.
"Há uma necessidade urgente de derrubar este governo e o seu líder, uma vez que a cada dia que passa aprofunda o buraco em que lançaram este país", concluiu a publicação.
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Bem informado sobre os acontecimentos internos da política de Israel, o Haaretz sugere que Netanyahu está manobrando para tornar a ocupação de Gaza permanente, com a introdução de assentamentos ilegais no território palestino.
É a reversão de uma política adotada em 2005, o desengajamento, quando Israel encerrou sua ocupação militar do território e retirou as colônias existentes.
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Aquela decisão sempre foi rechaçada pelos partidos religiosos de extrema-direita, segundo os quais a Grande Israel é um projeto de Deus.
Foi aliado a estes partidos que Benjamin Netanyahu voltou ao poder, quando muitos acreditavam que sua carreira política estava no fim.
COLONOS NO PODER
Ele colocou vários colonos em ministérios importantes.
Em parceria com a Organização Sionista Mundial, o governo de Israel planeja a expansão das fronteiras do país para além dos territórios que o país controlava em 1967.
O braço responsável pelos novos assentamentos, segundo o Haaretz, será transferido do Ministério da Agricultura para o portfólio da ministra Orit Strok, ela mesma uma colona de extrema-direita que defende a volta de assentamentos em Gaza -- o que, na prática, seria eliminar a possibilidade de um futuro estado palestino viável.
O Haaretz nota que a supervisão da Divisão de Assentamentos não seria feita por uma instância externa.
De acordo com o jornal, hoje a Divisão age exclusivamente na Cisjordânia, mas isso poderia mudar no futuro em vista de duas medidas militares que Israel está tomando em Gaza: criar uma zona tampão de 1 quilômetro em torno de toda a faixa, consumindo com isso 16% de todo o território; e dividir Gaza em setores norte e sul, com os acessos estratégicos controlados pelas Forças de Defesa de Israel.
Para o jornal, é prenúncio de uma ocupação de longo prazo, com a volta dos assentamentos tão desejada por Orit Strok.
De maneira presciente, meses antes do ataque do Hamas em 7 de Outubro, ela declarou:
Infelizmente o retorno a Gaza vai deixar muitos feridos, assim como a partida de Gaza deixou. Mas Gaza é parte da Terra de Israel e eventualmente vamos voltar a ela.