CATÁSTROFE

IMAGENS FORTES – Incêndios deixam 122 mortos e rastro de destruição no Chile

Seca, altas temperaturas, ventos fortes e alta densidade populacional são algumas das explicações para a tragédia devastadora que já destruiu pelo menos 15 mil casas

Bombeiros chilenos tentam realizar operação de resgate em meio às chamas.Créditos: Reprodução/X
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Imagens chocantes de um incêndio massivo e sem precedentes chegam do Chile nesta terça-feira (6) e tomam conta da imprensa e das redes sociais. Com elas, a informação de 122 pessoas morreram na região de Valparaíso, epicentro da tragédia que produz as imagens apocalípticas.

As cidades de Viña del Mar e Quilpué, a cerca de 120 km da capital Santiago, são as mais atingidas. São nesses municípios que vemos bairros montanhosos inteiros ardendo em chamas. Ao todo, somando todos os municípios afetados, pelo menos 15 mil casas já tiveram sua destruição confirmada.

De acordo com as autoridades chilenas existe a suspeita de que alguns focos de incêndio foram produzidos intencionalmente. O presidente Gabriel Boric, ao se pronunciar publicamente, confirmou as suspeitas e prometeu investigações detalhadas.

“É difícil pensar que possa haver pessoas tão miseráveis e sem coração, capazes de causar tanta morte e dor. Mas se essas pessoas existem, vamos procurá-las, vamos encontrá-las e terão de enfrentar não só o repúdio de toda a sociedade, mas também o peso da lei”, declarou Boric.

Mesmo que nos últimos 10 anos o Chile tenha enfrentado outras situações de incêndio (2014, 2017 e 2023), dessa vez a coisa foi muito mais forte. O número de vítimas fatais fala por si só. E, além disso, segundo informações divulgadas na imprensa chilena, moradores das áreas afetadas disseram que as chamas se espalharam de forma muito mais rápida do que o comum.

De acordo com matéria publicada pela BBC Brasil, alguns fatores ambientais poderiam explicar a catástrofe: seca, altas temperaturas, ventos fortes e alta densidade populacional nos locais atingidos. A província de Valparaíso, por exemplo, é a segunda mais populosa do país, atrás só da capital Santiago e sua região metropolitana. O crescimento desornado em áreas de risco, nas encostas dos Andes e sem rotas de saída, é uma das causas do rápido espalhamento das chamadas nessa tragédia.

Em termos de seca, o país convive com elas fazem pelo menos 15 anos. Estão diretamente atreladas às mudanças climáticas. A província de Valparaíso é uma das zonas mais afetadas pelas secas e registra baixíssimos índices de chuvas e umidade. O próprio solo da região acabou mais fragilizado devido à falta d’água nos últimos anos. A região é uma grande produtora de eucaliptos também, que queimam com maior facilidade do que a mata nativa.

Além disso, desde a última sexta-feira (2), quando os fogos começaram, a temperatura passou os 33 graus Celsius e a região registrou ventos de 80 km/h.