Os chilenos rejeitaram a extrema direita e recusaram, pela segunda vez, a proposta de um novo texto constitucional. A votação ocorreu neste domingo (17). O "Rechaço" obteve 56% dos votos, enquanto o "Sim" contou com 44% de apoio. Com isso, o Chile permanece com a Carta Magna herdada do regime ditatorial de Augusto Pinochet.
O resultado representa um alívio para o presidente Gabriel Boric, que tem enfrentado muitas críticas e baixa aprovação entre a população. Também significa uma derrota significativa para o partido Republicano, de extrema direita e liderado por Antonio Cast.
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Dessa maneira, o resultado do referendo mostra que os chilenos não desejam um texto radical à esquerda nem ultraconservador, ou seja, buscam o caminho do centro. Segundo o jornal argentino Página 12, um dos temas que mais dividiu os chilenos foi a criminalização do aborto, que recentemente foi descriminalizado no país.
Ao reconhecer a derrota, Javier Macaya, presidente da União Democrata Independente (UDI), partido de orientação pinochetista, declarou que a ideia de uma nova Constituição está encerrada.
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"O resultado do plebiscito mostra que os chilenos estão cansados, e a responsabilidade que nós temos enquanto partido é sermos consequentes com a cidadania. Este tema está encerrado. Os chilenos estão exaustos, e o que aconteceu hoje é o melhor exemplo. Nós damos por encerrado esse tema [nova constituição]", afirmou Javier Macaya.
Não haverá uma terceira proposta. O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou neste domingo (17) que, com o rechaço da nova proposta, seguirá vigente a atual Constituição, e seu governo não irá impulsionar um terceiro processo para a construção de uma nova Carta Magna.