O presidente Lula (PT) perdeu a paciência com o jovem mandatário chileno, Gabriel Boric (Convergência Social), durante uma coletiva de imprensa após o término do encontro entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE).
Durante a coletiva, o presidente Lula foi questionado sobre a discordância de Boric com o documento final do encontro. Para o político chileno, os países latinos e caribenhos deveriam ter sido mais contundentes na condenação da Rússia por ter invadido a Ucrânia. Das nações presentes, a única a não assinar o documento foi a Nicarágua.
Lula afirmou que não é obrigado a concordar com Boric e que ele possui uma "pressa juvenil". "Não tenho por que concordar com o Boric, é uma visão dele. Eu acho que a reunião foi extraordinária. Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado, mas as coisas acontecem assim", afirmou o presidente brasileiro.
Para Lula, a Celac-UE, que terminou nesta terça-feira (18), "foi a mais madura reunião em que eu participei entre América Latina e União Europeia, foi a mais importante. Onde se discutiram os temas que precisam ser discutidos, e se chegou a um documento extremamente razoável".
Além disso, Lula afirmou que durante seu primeiro mandato presidencial (2002-2006) também teve a "pressa de Boric". "Eu queria que as coisas fossem decididas tudo naquela hora, porque 'o Brasil precisa, tem que decidir'. Mas ali não é só o interesse do Brasil, a gente estava discutindo a visão de 60 países".
A declaração de Lula foi feita durante uma coletiva de imprensa após o término da Celac-UE, que aconteceu em Bruxelas, na Bélgica, na terça-feira (18). O documento final da reunião não incluiu uma condenação explícita da Rússia, o que foi criticado por Boric.
Confira no vídeo abaixo o enquadro de Lula em Boric: