GENOCÍCIO SIONISTA

Netanyahu anuncia que vai atacar Rafah e protestos em Tel Aviv pedem renúncia dele

Primeiro-ministro, líder do governo de extrema direita de Israel, está inflexível e não atende às demandas do Hamas para o cessar-fogo e nem a do aliado Joe Biden, dos EUA, de não atacar o sul de Gaza

Créditos: WEF (Jolanda Flubacher) - Benjamim Netanhyahu, primeiro-ministro de Israel, anuncia ofensiva terrestre em Rafah
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (17) que as negociações para alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza estagnaram.

Em Tel Aviv, milhares de pessoas se juntaram a um protesto para pedir a renúncia do governo de Netanyahu.

Os ataques de Israel em Gaza já causaram a morte de pelo menos 28.858 palestinos e feriram 68.667 desde 7 de outubro. O número de mortos em Israel, resultante dos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro, é de 1.139.

Ofensiva terrestre contra Rafah

Netanyahu anunciou que o seu governo de extrema direita avança com planos para uma ofensiva terrestre em Rafah, mesmo diante de crescentes advertências internacionais sobre os possíveis custos humanitários.

Netanyahu promete que a operação em Rafah ocorrerá e que mais de 1,4 milhão de deslocados serão transferidos para o norte de Khan Younis, mesmo com os combates continuando intensamente na região.

Negociações no Cairo deram em nada

Em uma coletiva de imprensa em Jerusalém neste sábado, Netanyahu afirmou que o Hamas se recusou a ceder em suas "demandas ridículas" durante uma recente rodada de negociações indiretas no Cairo, mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos.

As demandas do Hamas incluíam a permanência do grupo no poder em Gaza, uma retirada total de Israel e a libertação de milhares de prisioneiros palestinos.

O chefe político do Hamas, Yahya Sinwar, afirma que a "resistência não concordará com nada menos" do que um cessar-fogo duradouro, a retirada das tropas e o fim do "cerco total" a Gaza.

Cessar-fogo fora da mesa de negociações

Ambas as delegações do Hamas e de Israel estiveram no Cairo nesta semana para discutir avanços em um possível acordo. Durante as negociações indiretas, mediadores como Catar e Egito atuam como intermediários, transmitindo mensagens de uma parte para outra.

Netanyahu afirmou que a delegação israelense foi instruída a "sentar e ouvir" para ver se o Hamas recuou de sua posição."Não houve mudança - quero dizer, nem mesmo um milímetro, um nanômetro", disse, acrescentando: "Não há razão para voltar lá até vermos uma mudança".

Ele também reiterou que Israel não abrirá mão de sua intenção de invadir a cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde cerca de 1,4 milhão de pessoas estão abrigadas em casas lotadas, escolas e acampamentos próximos à fronteira egípcia.

Israel bombardeou a cidade com ataques aéreos desde o início do conflito, mas ainda não implantou tropas terrestres em grande escala.

Netanyahu reafirmou sua promessa de que civis seriam evacuados primeiro para zonas seguras, sugerindo que há espaço suficiente ao norte de Rafah para onde podem se dirigir. Ele admitiu que o plano enfrentou "muita oposição no exterior".

"Aqueles que querem nos impedir de operar em Rafah estão basicamente nos dizendo: 'Perca a guerra'", insistiu Netanyahu. "Não cederemos a qualquer pressão. Não cederemos, porque somos uma nação de heróis", acrescentou.

Casa Branca pede para Israel não operar em Rafah

Autoridades dos EUA instaram repetidamente Israel a não operar em Rafah sem um "plano crível e executável" para garantir a segurança dos civis palestinos abrigados lá.

Ação militar intensificada na região também poderia representar risco para a vida dos mais de 100 reféns restantes em Gaza, cujo número exato em Rafah é desconhecido.

Na sexta-feira (16), o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que espera que Israel não envie forças terrestres a Rafah antes de haver um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns.

Os reféns remanescentes incluem cidadãos estadunidenses e de outras nacionalidades, de acordo com autoridades dos EUA e de Israel.

"Ainda estou otimista de que isso possa ser feito", disse Biden, referindo-se a um acordo para garantir a libertação dos reféns restantes. "E, enquanto isso, não prevejo - estou esperando - que os israelenses realizem uma invasão em larga escala".

Aproximadamente 250 israelenses e estrangeiros foram sequestrados por combatentes liderados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro. Cerca de 112 reféns foram libertados até agora, a grande maioria durante um breve cessar-fogo que começou no final de novembro.

Tropas israelenses também encontraram os corpos de pelo menos outros oito, e acredita-se que os corpos de pelo menos 30 ainda estejam sob custódia de seus sequestradores, de acordo com autoridades israelenses. Isso deixaria cerca de 100 vivos, a maioria deles homens que são cidadãos israelenses.

Postura belicista de Netanyahu

A postura inflexível e belicista de Netanyahu nas negociações não é compartilhada por todos os israelenses.

Dois reféns israelenses resgatados no início desta semana em uma operação israelense em Rafah pediram ao governo israelense que retorne às negociações.

Os homens - Fernando Simon Marman, 60 anos, e Louis Har, 70 anos - haviam sido sequestrados do kibutz Nir Yitzhak, perto da fronteira de Gaza.

"Não é possível resgatar os 134 reféns restantes por meio de operações heróicas", afirmaram os dois homens em um comunicado com outros três ex-reféns. "Apenas por meio de um acordo todos podem ser trazidos para casa".

Com informações da Al Jazeera e The New York Times