A organização Médicos Sem Fronteiras publicou um informe na noite da última sexta-feira (26) sobre a situação de Gaza completamente desolador. Segundo a ONG, que atua no enclave palestino, a região já não tem mais um sistema de saúde funcionando após mais de três meses de bombardeios israelenses.
A organização denuncia que os dois principais hospitais de Gaza, o Hospital Nasser e o Hospital Europeu, onde atuava, pararam de funcionar por conta do conflito. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, Israel promoveu um corte de eletricidade total na quadra do hospital Nasser, obrigando a paralisação total da unidade, inclusive de respiradores para pessoas que estão em estado de saúde delicado.
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“A capacidade cirúrgica do hospital Nasser, a maior estrutura de saúde de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, é quase inexistente, e o pouco pessoal médico que permanece no hospital precisa trabalhar com cada vez menos material médico. Nos últimos dias, a maior parte dos funcionários do hospital fugiu, e milhares de pessoas que se refugiaram lá, mas entre 300 e 500 pacientes gravemente feridos não puderam ser evacuados”, diz o comunicado da MSF.
De acordo com Guillemette Thomas, coordenadora médica da MSF, sem poder contar com esses dois hospitais o sistema de saúde de Gaza fica praticamente inexistente. Dos 36 hospitais que existiam antes do início da recente escalada nos conflitos, apenas 8 estariam em condições de funcionamento parcial. No sul de Gaza, onde está a cidade de Khan Yunis e o foco das ofensivas de Israel, não sobrou nenhum hospital.
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Educação destruída
No último dia 17 de janeiro foram divulgadas as imagens da destruição da Universidade da Palestina, em Gaza. Segundo informações da Wafa, a Agência de Notícias Palestinas, o Exército de Israel usou 315 explosivos para reduzir o prédio a cinzas. A destruição foi filmada pelos israelenses, que divulgaram as imagens para a imprensa internacional.
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E como se não bastasse o ataque à educação e ao próprio futuro dos palestinos, o Exército de Benjamin Netanyahu ainda produziu imagens de alta qualidade do crime de guerra que agora circulam nas redes sociais. Para além da completa destruição do ensino superior em Gaza, Israel já conseguiu destruir 70% das escolas que oferecem ensino infantil, fundamental e médio da região.
“O genocídio palestino é um projeto de destruição da vida e do futuro da Palestina. Contra o Hamas? Tá”, questionou e ironizou a Fepal, Federação Árabe-Palestina do Brasil, na data do ocorrido.