Em consequência da crise que se instalou com a queda do presidente da Síria, Bashar al-Assad, deposto por forças rebeldes, a Rússia solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) uma reunião privada, nesta segunda-feira (9). O objetivo é debater o colapso do regime no país da Ásia Ocidental.
“Dados os eventos recentes na Síria, cuja profundidade e consequências para este país e toda a região ainda não foram totalmente compreendidas, a Rússia solicitou consultas urgentes fechadas no Conselho de Segurança da ONU”, destacou Dmitry Polyanskiy, Primeiro Representante Permanente Adjunto da Rússia na ONU, neste domingo (8), via Telegram.
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O representante russo afirmou que a reunião é necessária para discutir o que estava acontecendo com a Força de Observação de Desengajamento das Nações Unidas, responsável por manter um cessar-fogo entre Israel e Síria, além de supervisionar uma zona-tampão que separa as Colinas de Golã ocupadas por Israel do resto da Síria.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, neste domingo (8), que havia ordenado que os militares “assumissem o controle” da zona-tampão.
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Ex-presidente recebeu asilo por motivos humanitários
Bashar al-Assad e sua família chegaram a Moscou, na Rússia, onde receberam asilo. A informação foi divulgada por uma fonte do Kremlin à Sputnik, neste domingo (8). Anteriormente, o jornal russo Vesti Nedely e a agência Tass tinham informado, citando fontes, que Assad, deposto por forças rebeldes, havia chegado à capital russa.
O ex-presidente sírio e seus familiares receberam asilo na Rússia por motivos humanitários, destacou a fonte no Kremlin.
A ofensiva rebelde, que culminou com a deposição do presidente, teve início em 27 de novembro e, em menos de duas semanas, cidades como Aleppo, Hama e Homs já estavam sob controle dos rebeldes.
Outros países e a mudança de regime na Síria
O regime de al-Assad já vinha enfraquecendo nos últimos anos, mas contava com o apoio militar russo e iraniano para se sustentar.
Agora, com a Rússia voltando suas atenções para a guerra da Ucrânia e o Irã vendo seu aliado libanês Hezbollah como alvo de ataques israelenses, o suporte ao exército sírio já havia deixado de ser suficiente.
No Fórum de Doha 2024, que está sendo realizado no Catar, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse neste sábado (7) que continuaria a apoiar o Exército Sírio contra “a ameaça do terrorismo” e enfatizou que Hayat Tahrir al Sham é considerado um grupo terrorista pela comunidade internacional.
O chefe da diplomacia russa declarou que, juntamente com os seus homólogos turco e iraniano, apoiam a implementação da resolução 2.254. Os diplomatas “estão tentando parar o derramamento de sangue na Síria”, acrescentou.
“Precisamos de um processo urgente e sério, fundamentalmente diferente do que tem sido até agora”, pontuou em Doha o enviado especial das Nações Unidas, Geir O. Pedersen.
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