COREIA DO SUL

Depois do golpe fracassado, "Sergio Moro coreano" enfrentará impeachment

Yoon suk Yeol será julgado no parlamento após intentona golpista na Coreia do Sul

Yoon Suk YeolCréditos: Shin Yugyeong
Escrito en GLOBAL el

Nesta terça-feira (3), o mundo assistiu ao vivo ao fracasso da tentativa de golpe militar na Coreia do Sul, liderada pelo presidente de extrema direita Yoon Suk Yeol e pelo general Park An-Su.

Por meio da imposição de uma lei marcial que visava fechar o Parlamento, tanques foram colocados nas ruas, e a democracia liberal sul-coreana parecia à beira da extinção. Contudo, o decreto instaurando a ditadura foi derrubado de forma unânime pelo Parlamento poucas horas após o discurso de Yoon, que desistiu da intentona golpista.

Agora, os parlamentares da oposição oficializaram uma moção de impedimento contra o presidente, dando início ao processo de impeachment. Para removê-lo do cargo, são necessários 200 votos - dois terços da Assembleia Nacional da Coreia.

Atualmente, a Frente Democrática, principal força de oposição, controla 190 cadeiras e precisa conquistar 10 votos do Partido do Poder Popular - base de apoio de Yoon - para aprovar a destituição. A rejeição unânime à lei marcial, inclusive por membros do partido governista, sugere que a queda do presidente pode estar próxima.

O golpe foi motivado por sucessivas derrotas políticas de Yoon, que foi eleito em 2022 em uma eleição acirrada. Este ano, após perder as eleições legislativas, ele ficou sem maioria parlamentar, transformando seu governo em um impasse: sem apoio no Legislativo, ficou incapaz de governar efetivamente.

Além disso, denúncias de corrupção envolvendo sua família, especialmente a primeira-dama, começaram a ganhar força na imprensa, fragilizando ainda mais sua posição.

Apelidado no Brasil como "Sérgio Moro coreano", Yoon Suk Yeol construiu sua carreira como promotor de Justiça, destacando-se em casos de grande repercussão, como o que levou à destituição da presidenta Park Geun-hye - a primeira mulher eleita para o cargo e também a primeira chefe de Estado do país a sofrer impeachment. Ironicamente, o mesmo destino pode agora esperar Yoon Suk Yeol, que se encontra sob intensa pressão política

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar