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Tal como Trump, Biden utiliza seus últimos dias no cargo para perdoar seu bandido favorito

Presidente dos EUA imitou seu rival e garantiu indulto a um criminoso condenado antes de sair do cargo

Trump e Biden em encontro pós-eleitoral
Trump e Biden em encontro pós-eleitoralCréditos: Casa Branca
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Neste domingo (1º), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um perdão total e incondicional a seu filho, Hunter Biden, condenado em junho por posse ilegal de armas. A decisão ocorre enquanto Biden entra nos últimos meses de sua gestão na Casa Branca.

Hunter Biden, filho do futuro ex-presidente dos EUA (Foto: Reprodução)

A medida gerou comparações com ações de Donald Trump, que em seu mandato também concedeu clemências a familiares e aliados políticos. Biden havia prometido não interferir nos assuntos legais de Hunter, que também se declarou culpado por sonegação fiscal, envolvendo mais de US$ 1,4 milhão em impostos não pagos.

No anúncio oficial, Biden justificou a decisão afirmando que Hunter foi alvo de perseguição política:
"Nenhuma pessoa razoável poderia concluir o contrário. Meu filho foi visado apenas porque é filho do presidente," declarou.

Aprendendo com Trump?

O uso do perdão presidencial por Biden traz à tona práticas de clemência executiva adotadas por Trump no fim de sua gestão. Em 20 de janeiro de 2021, horas antes de deixar o cargo, Trump emitiu 143 perdões e comutou as sentenças de 70 indivíduos, incluindo aliados próximos.

Entre os beneficiados estavam:

  • Steve Bannon, ex-estrategista-chefe, acusado de fraude em fundos de campanha;
  • Elliott Broidy, ex-angariador de fundos, condenado por conspiração e fraude;
  • Charles Kushner, pai de Jared Kushner (genro de Trump), condenado por sonegação fiscal e outros crimes.


Na época, Trump foi criticado por usar a clemência presidencial para favorecer conexões pessoais e políticas, desviando dos processos tradicionais de revisão de pedidos de perdão.

No Brasil, paralelos com Bolsonaro

A decisão de Biden também encontra semelhanças com a tentativa de Jair Bolsonaro de indultar Daniel Silveira, ex-deputado bolsonarista condenado por injúrias e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal.

O uso da clemência presidencial segue sendo um tema polêmico, especialmente quando direcionado a figuras próximas ao governante, provocando debates sobre justiça e imparcialidade no exercício do poder.

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