Além de endossar a presença em solo ucraniano de assessores militares dos EUA para a manutenção de caças F-16 e sistema anti-mísseis Patriot, o presidente Joe Biden autorizou o uso do sistema de mísseis ATACMS -- com alcance ainda indefinido, mas que potencialmente pode chegar a 300 quilômetros.
Uma decisão secundária de Biden, no entanto, pode ter um impacto ainda mais importante na tentativa de conter o avanço russo: o fornecimento de minas anti-pessoais.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu:
Se a gente observar a tendência geral do governo que está de saída, está fazendo todo o possível para continuar a guerra.
A notícia sobre as minas foi divulgada pelo Washington Post. Os EUA já forneciam minas anti-tanque à Ucrânia, mas as de caráter pessoal só serão entregues agora.
A Campanha Internacional para Banir Minas considerou a decisão "terrível".
Frear a infantaria
O Pentágono dispõe de vários tipos de minas pessoais, cujo objetivo é mais ferir que matar.
Isso obriga o resgate e tratamento dos feridos, causando problemas logísticos e contendo o avanço da infantaria.
Os russos fazem avanços diários, embora tímidos em distância, na frente de batalha do leste da Ucrânia e planejam uma ofensiva para expulsar os soldados ucranianos que ocupam território na região russa de Kursk.
Isso tem o potencial de enfraquecer a posição de Kiev em futuras negociações.
Risco nuclear
Para Scott Ritter, colocar a Ucrânia "de fato" sob proteção da OTAN -- por conta de assessores militares em solo e o uso de mísseis que na verdade são operados por estadunidenses -- é inaceitável do ponto-de-vista do Kremlin.
Por isso, ele não acredita que Putin está blefando quando fala na possibilidade de reagir usando armas nucleares.
Nas últimas horas, várias embaixadas em Kiev ficaram fechadas, inclusive a dos Estados Unidos, alegadamente por conta de ataques aéreos da Rússia nas próximas horas.